África, alterações climáticas e protestos na Cimeira do G8

Faz parte do G8 os países Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia. Chefes de Estado de seis países africanos (Egito, Argélia, Etiópia, Senegal, África do Sul e Gana), também participaram da reunião na manhã desta sexta. Metade desse valor será doado pelos Estados Unidos e restante, pelos demais países-membros. O programa de financiamento foi baseado em uma proposta apresentada há cerca de duas semanas pelo presidente norte-americano George Bush.

Os líderes dos sete países mais ricos e da Rússia, conseguiram chegar a um acordo, além da disponibilização de fundos na luta contra a Aids, malária e tuberculose na África, sobre a luta contra as alterações climáticas, a institucionalização dos contatos com os países emergentes, o julgamento dos responsáveis pelas atrocidades em Darfur e a necessidade de uma solução humanitária para os reféns da guerrilha na Colômbia.

Em relação ao Darfur, os líderes do G8 juntaram-se aos apelos do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para que o governo de Cartum aceite o envio de uma força de paz conjunta da ONU e da União Africana e para que os responsáveis pelos massacres cometidos sejam julgados.

O presidente da Comissão Européia considerou que o compromisso sobre a luta contra as alterações climáticas obtido pelos líderes do G8 é "um sucesso assinalável", apesar de ficar aquém dos objetivos iniciais dos europeus. Durão Barroso sublinhou que o G8 reconhece que as alterações climáticas são um problema global que precisa de resposta global, havendo também um compromisso no sentido de uma redução substancial das emissões de dióxido de carbono, causadoras do chamado efeito de estufa e do aquecimento global do planeta.

O líder do executivo europeu também se congratulou pelo compromisso alcançado pelos chefes de Estado e de Governo do G8 englobar um acordo com “objetivos concretos” a celebrar no âmbito das Nações Unidas no chamado processo pós-Protocolo de Kyoto, até 2009. Barroso sublinhou ainda que as nações mais industrializadas do mundo reconheceram que, ao fixar estes objetivos, devem ser tomadas em consideração as posições da União Européia, do Canadá e do Japão, que advogam uma redução para metade das emissões de gases de estufa, até 2050. PAÍSES EMERGENTES Os cinco países emergentes – China, Índia, África do Sul, Brasil e México – manifestaram a intenção de aumentar as suas responsabilidades mundiais, numa declaração comum aprovada em Berlim em 7 de junho, antes de participarem da cimeira do G8.

Os cinco chefes de Estado “partilham a convicção que os países em desenvolvimento devem participar mais ativamente na consolidação de estratégias e iniciativas em resposta aos desafios de um mundo globalizado e cada vez mais interdependente”, refere o comunicado. Eles afirmam ainda que esta seria uma contribuição decisiva para aumentar a participação dos países desenvolvidos no processo. KOSOVO A questão do Kosovo, numa altura em que a Rússia ameaça vetar a futura independência do território em sede de Conselho de Segurança da ONU, "foi a única questão em que não houve consenso", segundo disse a chanceler alemã, Angela Merkel.

Nicolas Sarkozy, o presidente francês, avançou com a proposta de um prazo adicional de seis meses após o qual, na falta de um acordo entre a Sérvia e o Kosovo, seria aplicado o plano Athisaari, que prevê uma independência da província de maioria albanesa vigiada pela comunidade internacional.

O adiamento implicava, segundo Sarkozy, que a Rússia, que apóia a Sérvia na recusa absoluta da independência da província, admitisse o caráter inevitável de que a independência será sempre a solução. "Não faz sentido esperar só por esperar. Temos de ter uma idéia clara sobre como vamos avançar", disse Merkel. PRESIDÊNCIA PORTUGUESA O português Durão Barroso, presidente da Comissão Européia já esperava que a cúpula UE-África não tratasse apenas de questões diplomáticas como também de temas como a imigração, energia e alterações climáticas.

Antes do início da cimeira, o presidente da Comissão Européia apelou aos Estados Unidos para aceitarem lutar contra as alterações climáticas no quadro das Nações Unidas. "O que esperamos para definir se esta reunião é um sucesso é que os Estados Unidos aceitem fazer parte do esforço global" na luta contra o efeito de estufa, disse José Manuel Durão Barroso em 6 de junho.

Um novo encontro, entre 8 e 9 de dezembro em Lisboa, vai marcar o final da presidência portuguesa do bloco. As relações com África e Brasil são prioridades da Presidência portuguesa, sendo que o primeiro-ministro português, José Sócrates, e Durão Barroso se deslocam, em 3 de julho, para Acra, capital de Gana, onde assistirão ao encerramento da cúpula da União Africana. Dois dias depois estarão de volta a Lisboa para a cúpula UE-Brasil. Leia mais: >> Países deram “muitos passos” sobre emissão de gases, diz Barroso >> Protestos: Ambientalistas e ativistas criticam acordos do G8

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