Acadêmica de Coimbra não almoça com Passos para protestar contra cortes na Educação

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Mundo Lusíada
Com Lusa

Os estudantes de Coimbra estiveram, nesta terça-feira 24 de março, em protesto contra os cortes na Educação, à mesma hora que outros almoçavam com o primeiro-ministro, em Braga, para assinalar o Dia do Estudante.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, almoçou em Braga, por volta das 13h (horário de Portugal), com representantes de várias associações acadêmicas nacionais. Já na segunda-feira, a acadêmica de Coimbra, pela voz do seu presidente, Bruno Matias, recusou o convite de Passos Coelho.

“O Dia do Estudante deve ser celebrado com os estudantes, unidos, a reivindicar por melhores condições e por um ensino superior com mais qualidade”, sublinhou o presidente da AAC, Bruno Matias, referindo que esta posição surge em sentido contrário à da maioria do movimento associativo nacional, que aceita o convite de Pedro Passos Coelho.

A acadêmica de Coimbra convocou os estudantes para uma ação de protesto, que começou com uma concentração ao meio dia no Largo D. Dinis, que seguiu até à sede da Associação Acadêmica de Coimbra (AAC), onde se formou um cordão humano estudantil, de pés e mãos atados, contra os cortes no ensino superior.

Para o dirigente estudantil, a presença na rua nesse dia “é mais importante do que almoços com o primeiro-ministro”, de cujos resultados políticos duvida assim como da “discussão profunda” do ensino superior português. “Os problemas não se resolvem em almoços”, apontou Bruno Matias, considerando o convite “deselegante”.

Na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, com polo em Almada, os estudantes traziam faixa negra para denunciar os problemas na instituição, e em Setúbal, os alunos do politécnico, protestaram de forma semelhante, pintando uma faixa e preenchendo um livro negro com os problemas da sua escola.

Os cortes na educação já tinham levado os alunos do ensino básico e secundário a manifestarem-se nas ruas, num dia de luta nacional, que em Lisboa culminou num protesto frente ao Ministério da Educação e Ciência, exigindo a demissão do ministro Nuno Crato e melhores condições nas escolas.

Juventude encontra oportunidades
O primeiro-ministro considerou que hoje os jovens portugueses encontram em Portugal oportunidades depois de “tanto tempo” sem as encontrarem e reafirmou a necessidade e “ambição” de ter mais jovens a concluir o ensino superior.

Passos Coelho admitiu que a juventude foi “particularmente penalizada” com as dificuldades financeiras que o país atravessou e explicou que as projeções para o futuro devem ser feitas com “soluções duradouras” que impeçam o regresso dos tempos de crise.

O primeiro-ministro reafirmou assim a necessidade de Portugal ter finanças públicas “sólidas” e que dessa forma o futuro será de uma “progressão muito mais rápida”. “Se tivemos durante muitos anos jovens que não encontraram em Portugal as oportunidades adequadas temos hoje, cada vez mais, jovens que encontram oportunidades cá e que entendem que Portugal pode ser um bom destino até para jovens de outras nacionalidades”, defendeu.

Para o chefe do executivo, a “ambição” passa por haver cada vez mais jovens a frequentar o ensino superior.

Perante uma plateia de jovens, Passos optou por deixar mais uma mensagem de esperança. “Estou convencido que os próximos anos serão de uma progressão muito mais rápida do que muitos pensam”, afirmou em um discurso durante a apresentação do Livro Branco da Juventude. O primeiro-ministro assistiu à atuação de uma tuna na chegada, antes de um almoço com lideres da Associações de Estudantes e Associações Acadêmicas do Ensino Superior, no Edifício Generation em Braga.

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