Da Redação com Lusa
A Presidente da Suíça manifestou grande admiração pela comunidade portuguesa na Confederação e aceitou o convite para ir a Portugal ainda este ano, revelaram o Presidente da República e o primeiro-ministro no final de uma reunião em Berna.
À margem da dupla comemoração do 10 de junho que decorre na Suíça, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro fizeram hoje uma ‘escala’ em Berna, numa viagem de comboio entre Genebra e Zurique, as cidades onde celebram o Dia de Portugal com a comunidade portuguesa, após terem sido convidados para uma reunião com a Presidente da Confederação Suíça, Viola Amhed, que o Presidente da República classificou como “muito, muito produtiva”.
“A principal mensagem foi de admiração pela comunidade portuguesa. A senhora Presidente, por várias vezes, nomeadamente mesmo na parte mais formal do almoço, em que há um brinde, fez um elogio à comunidade portuguesa aqui na Suíça e à sua presença e à importância para o futuro. E, ao mesmo tempo, aceitou o convite para ir a Portugal até ao fim do ano”, revelou Marcelo Rebelo de Sousa.
De acordo com o Presidente da República, ficou “muito claro” que as relações bilaterais “estão francamente boas e que devem muito à comunidade portuguesa cá”, na Suíça.
Também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, observou que, “de facto, é reconfortante e é também estimulante para Portugal perceber a consideração que a nossa comunidade tem neste país e a forma como hoje intervém em domínios que são transversais e que não se esgotam nas três ou quatro atividades que durante muitos anos eram as mais procuradas pelos nossos emigrantes”.
“Hoje nós estamos em tudo: estamos na indústria, estamos no conhecimento, na inovação, estamos nas organizações internacionais. E isso é muito importante porquê? Porque valoriza a qualificação e a forma de trabalhar dos portugueses e é também uma forma de nós podermos ser mais atrativos para os investimentos que também queremos levar da Suíça para Portugal”, disse.
Montenegro salientou que “a Suíça hoje é um mercado importantíssimo na área do turismo mas, mais do que isso, é também importantíssimo no financiamento de investimentos empresariais em áreas tão diversificadas como as energias renováveis, a indústria farmacêutica, a indústria tecnológica, a indústria da maquinaria, tudo setores que nos interessa desenvolver nos próximos anos para podermos ter mais emprego e melhor emprego em Portugal”.
O Presidente da República e o primeiro-ministro encerram hoje a dupla comemoração do 10 de Junho, que este ano teve como país estrangeiro escolhido a Suíça, onde reside a segunda maior comunidade emigrante portuguesa.
Depois de terem celebrado na terça-feira o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas com alunos portugueses de uma escola em Genebra e com a comunidade portuguesa desta cidade, os chefes de Estado e de Governo concluem hoje as celebrações em Zurique.
Nesta cidade, os chefes de Estado e de Governo encontrar-se-ão primeiro com representantes da comunidade portuguesa e, depois, com a própria comunidade, num evento que terminará com um concerto de música clássica por jovens músicos portugueses.
Durante o primeiro dia na Suíça, na primeira deslocação conjunta ao estrangeiro, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro foram confrontados, em dois momentos distintos, com queixas de emigrantes, primeiro de um grupo de professores de português que se dizem vítimas da falta de atualizações dos salários num país onde dizem ser particularmente castigados pela desvalorização cambial, e, um pouco mais tarde, de um pequeno grupo em representação dos funcionários consulares «extra tabela» que exigem uma solução célere para a sua situação.
Na sequência da iniciativa de Marcelo, quando assumiu a chefia do Estado, em 2016, de lançou, em articulação com o então primeiro-ministro, António Costa, e com a participação de ambos, um modelo inédito de duplas comemorações do 10 de Junho, primeiro em Portugal e depois junto de comunidades portuguesas no estrangeiro, a Suíça é o sétimo país a acolher a celebração do Dia de Portugal, após França (2016), Brasil (2017), Estados Unidos (2018), Cabo Verde (2019), Reino Unido (2022) e África do Sul (2023), sendo que em 2020 e 2021 só houve cerimônias em Portugal devido à pandemia da covid-19.