10 de Junho assinalado nos Açores com poucos convidados e sem condecorações

Da Redação
Com Lusa

A cerimônia do 10 de Junho nos Açores será realizada, “atendendo às atuais circunstâncias” de pandemia de covid-19, com “um número reduzido de convidados” e sem condecorações, segundo o gabinete do Representante da República.

“Atendendo às atuais circunstâncias, a habitual cerimônia das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas realizar-se-á este ano com a presença de um número reduzido de convidados, não havendo lugar à habitual imposição de condecorações e à recepção no Solar da Madre de Deus”, informa nota enviada à imprensa pelo gabinete de Pedro Catarino.

A cerimônia terá lugar às 10:00 horas locais (11:00 em Lisboa), na Praça Velha, em frente ao edifício da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e será constituída por cinco momentos.

Primeiro, haverá um minuto de silêncio pelas vítimas da covid-19, depois o hastear da bandeira nacional ao som do hino de Portugal, o hastear da bandeira dos Açores ao som do hino da região, o hastear das bandeiras da União Europeia e do município de Angra do Heroísmo e uma alocução pelo Representante da República.

Os convidados presentes serão o vice-presidente do Governo Regional, Sérgio Ávila, em representação do presidente do Governo Regional, o presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, a juíza coordenadora dos juízos de Angra do Heroísmo, em representação do juiz presidente da Comarca Judicial dos Açores, o comandante da Zona Aérea dos Açores, em representação do Comandante Operacional dos Açores, e o vigário geral da Diocese de Angra, em representação do Bispo de Angra.

A nível nacional, a Presidência da República informou que a “cerimônia simbólica” comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas que se realizará no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, terá apenas oito presenças.

Além do chefe de Estado e do presidente da comissão organizadora destas comemorações do 10 de Junho, o cardeal Tolentino Mendonça, que irão discursar, haverá seis convidados, que correspondem aos primeiros cinco lugares de altas entidades públicas na lista de precedências do Protocolo do Estado.

Presidente visita concelhos

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa desloca-se no domingo a São Miguel, onde visita o concelho do Nordeste, o que registrou mais casos e mais mortes por covid-19 no arquipélago.

A visita do PR foi conhecida na sexta-feira, dia em que os Açores ficaram livres de casos ativos de covid-19, após a recuperação do último infectado.

Marcelo Rebelo de Sousa irá ao Nordeste visitar o Centro de Saúde e o lar de idosos, que registrou a maioria das mortes nos Açores.

No total, foram detectados na região 146 casos de infecção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, verificando-se 130 recuperados e 16 óbitos.

Dos 146 casos, 108 foram registrados São Miguel, 11 na Terceira, cinco na Graciosa, sete em São Jorge, dez no Pico e cinco no Faial.

As ilhas das Flores, Corvo e Santa Maria mantiveram-se livres do novo coronavírus.

Todos os seis concelhos da ilha de São Miguel, a mais afetada pela pandemia, estiveram com cercas sanitárias de dois a 30 de abril, para evitar a transmissão comunitária.

O primeiro concelho a ter uma cerca sanitária nos Açores foi o da Povoação, dia 30 março, tendo sido a segundo concelho português a ficar isolado devido à covid-19, depois de Ovar.

O levantamento das cercas sanitárias em São Miguel ocorreu a 02 de maio, mas apenas em cinco concelhos, uma vez que o concelho do Nordeste permaneceu com cordão sanitário até 18 de maio.

A cerca sanitária no Nordeste foi justificada por aquele ter sido o concelho que registrou mais casos nos Açores, 54.

Foi também naquela vila com cerca de cinco mil habitantes, localizada numa das extremidades da ilha de São Miguel, que ocorreram 12 dos 16 óbitos na região, todos utentes da estrutura residencial para idosos da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste.

O primeiro desses casos foi o de uma utente de 88 anos, que contraiu a infeção no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, depois de lhe ter sido transmitida por uma profissional de saúde.

Essa utente acabaria por ser a primeira vítima mortal com covid-19 nos Açores, registrada a oito de abril.

A cadeia de transmissão com origem na Povoação transitou para o Hospital de Ponta Delgada e propagou-se a partir do Lar de Idosos do Nordeste, tornando-se a maior cadeia de transmissão dos Açores e infetando 74 pessoas.

Para conter o surto de covid-19 nos Açores, o Governo Regional suspendeu a operação do grupo SATA, interrompendo as ligações inter-ilhas (entretanto retomadas a 29 de maio) da SATA Air Açores e as ligações entre o arquipélago e o exterior da Azores Airlines (estando a retoma com o continente prevista para 15 junho).

O executivo regional também colocou desde 14 de março todos os passageiros vindos do exterior em quarentena, que passou a ser obrigatoriamente realizada em unidade hoteleira específica a partir 26 março.

Medida que o Governo Regional reverteu na sequência de uma decisão do Tribunal de Ponta Delgada, que, devido a um pedido de ‘habeas corpus’, considerou as quarentenas inconstitucionais.

Em alternativa, o governo açoriano apresentou quatro alternativas para os passageiros que chegam à região: apresentar teste negativo à chegada, submeter-se a um teste de despiste no desembarque, realizar quarentena voluntária em hotel, ou abandonar a região.

Desde o início do surto, os dois laboratórios de referência dos Açores fizeram cerca de 25 mil testes à covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 392 mil mortos e infetou mais quase 6,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Em Portugal, morreram 1.465 pessoas das 33.969 confirmadas como infetadas, e há 20.526 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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