Estudo no Porto vai desvendar mitos sobre segurança alimentar

Da Redação
Com Lusa

Pesquisadores da Escola Superior de Biotecnologia do Porto estão a desenvolver um estudo para desvendar os mitos alimentares dos portugueses e “avaliar se as ideias pré-concebidas são assentes em pressupostos científicos”, revelou uma das professoras responsáveis.

O estudo, que envolve cerca de dez investigadores e professores da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Portuguesa do Porto, decorre até final do mês e visa recolher informações sobre os hábitos alimentares dos portugueses através de um inquérito ‘online’.

Se para Paula Teixeira, uma das professoras responsáveis do estudo, “algumas ideias não deixam margem para dúvidas de que são mitos”, outras ainda precisam de ser “validadas cientificamente porque não há certeza”.

“Uma das tarefas, pela qual sou responsável, é replicar em laboratório os comportamentos e práticas que observamos nos consumidores e tirarmos as devidas conclusões”, referiu à Lusa.

Paula Teixeira afirmou que ideias pré-concebidas como “as cozinheiras terem sempre as mãos lavadas por estarem sempre a mexer em água” ou “um alimento cair ao chão e ser ingerido em menos de cinco segundos” são “completamente erradas”.

“Há também muitas pessoas que dizem que se os ovos estão maus vão flutuar. É verdade que se o ovo for muito velho vai flutuar, mas um ovo pode estar contaminado com salmonela, que é o que causa problemas de segurança alimentar, e não flutua. O ovo vai ao fundo”, contou à Lusa.

O estudo desenvolvido pela ESB insere-se no projeto europeu ‘SafeconsumE’, uma iniciativa que envolve 11 países e que pretende, num prazo de cinco anos, “alterar comportamentos e dotar o consumidor de ferramentas que permitam implementar melhores práticas de segurança alimentar”, explicou a responsável.

Segundo Paula Teixeira, o estudo, que está também a ser realizado na Noruega, Alemanha, França, Romênia e Hungria, tem permitido “concluir que alguns mitos são comuns aos cinco países”.

“É muito curioso, porque apesar de serem países com realidades diferentes, muitas das práticas e dos conhecimentos são transversais”, revelou.

A professora revelou ainda à Lusa que “a tarefa final” do projeto europeu ‘SafeconsumE’ é desenvolver, no prazo de dois ou três anos, uma plataforma online que “chegue mais facilmente ao consumidor e o informe sobre as práticas de segurança alimentar”.

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