Da cachaça ao vinho: Tour gastronômico no Brasil

Da Redação

Colheita_Uvas_VinhoQuando planejamos uma viagem, uma das primeiras coisas que costumamos fazer é um roteiro dos museus a serem visitados, das melhores praias para passear, dos pontos históricos que queremos conhecer e até mesmo uma lista das compras que pretendemos fazer. Mas uma parte importante da experiência turística está relacionada ao que comer ou beber ou, ainda, a decidir o quê e onde comer.

Hoje, o turismo gastronômico é uma tendência que vem crescendo no mundo. Desde festas como a Oktoberfest, que acontece anualmente na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, na região Sul do Brasil, a um passeio por cachaçarias, como as que temos em Brumadinho e Salinas, em Minas Gerais, região Sudeste do País.

Produto reconhecido hoje como genuinamente brasileiro, a cachaça, também conhecida como pinga, é produzida a partir da cana de açúcar colhida manualmente, que passa por uma moagem em até 36 horas após ser cortada. Depois de um processo de fermentação, o produto é destilado e envelhecido. O envelhecimento é a etapa final, na qual a bebida é estocada preferencialmente em barris de madeira, cujo material pode dar um tom amarelado ou mudar o aroma da cachaça. Cada madeira dá um toque especial, deixando a bebida mais ou menos suave, adocicada ou perfumada, característica obtida a partir do tempo de envelhecimento.

Em 13 de setembro, os brasileiros celebram o Dia da Cachaça, numa alusão a uma revolta popular ocorrida no Brasil em 1661 a favor da legalização da bebida, proibida até então. Fabricada hoje em diversos Estados brasileiros, a cachaça, base para produção da famosa caipirinha brasileira, pode render um divertido tour. Em Brumadinho (MG), conhecida pelo maior centro de arte ao ar livre do mundo, o museu de arte contemporânea de Inhotim, o visitante poderá seguir a rota da cachaça, feita por 62 produtores locais. São três circuitos que incluem visitas a alambiques em antigas fazendas, com direito a experimentar a gastronomia local, queijos e doces locais.

Em Santa Catarina, a rota da cachaça ocorre no Vale do Itajai, região que é referência na produção de cachaça artesanal. No local, de forte colonização alemã e italiana, outra bebida que pode ser degustada é a cerveja, uma das atrações da Oktoberfest de Blumenau. Esse tour cervejeiro pode se estender ainda pelo Rio de Janeiro, no chamado circuito da Serra Verde Imperial, composto pelos municípios de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu, Santa Maria Madalena e Guapimirim, todos próximos do Rio de Janeiro, cidade da Olímpiada 2016. Mas há também tours cervejeiros no interior de São Paulo (Ribeirão Preto, Piracicaba e Itupeva) e no Paraná (Morretes), região Sul do Brasil.

Ainda na região Sul, o turista poderá seguir na rota do vinho. Duas regiões de Santa Catarina se destacam no enoturismo: Região do Contestado, nas cidades de Água Doce, Campos Novos, Videira, Tangará, Treze Tílias e Pinheiro Preto, e a Serra Catarinense (São Joaquim, Lages, Campo Belo do Sul e Urubici), onde estão algumas das mais conhecidas vinícolas brasileiras. Nesses locais os visitantes poderão acompanhar o cultivo dos vinhedos, a produção do vinho, participar de seções de degustação e, dependendo da época, assistir a colheita da uva.

Passeios parecidos aguardam os turistas que forem ao Rio Grande do Sul, onde da rota do vinho acontece na Serra Gaúcha. Além da bela paisagem, outra atração das cidades de Bento Gonçalves, Farroupilha, Caxias do Sul e Garibaldi são as dezenas de vinícolas. Entre o final do século XIX e início do século XX, essa região recebeu imigrantes italianos, portugueses, alemães, polacos e espanhóis. Assim como o vinho, incluindo aqui os espumantes, há uma diversificada gastronomia, fruto na mistura das diferentes culturas presentes nessas cidades. E a experiência poderá incluir ainda um passeio de trem, conhecido na região como Maria Fumaça, entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa.

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