Rafael Gatto usa fisioterapia para curar as “marcas negras” do futebol

Rafael Gatto tem 28 anos e está em Portugal desde março de 2004. Conhecido entre os seus companheiros por ser uma pessoa comunicativa, simpática e alegre, este cidadão brasileiro é hoje o responsável pela recuperação física dos jogadores do SC Lamego. Profissionalismo a parte, a superstição é também uma preocupação de Rafael que, antes de cada jogo, faz o sinal da cruz três vezes a pedir aos deuses que “o trabalho corra bem”. 

A cada partida, o desgaste físico dos jogadores aumenta. Não importa a equipa que defendem, o importante é dar tudo de si e estar preparado fisicamente para o próximo encontro. No SC Lamego não é diferente. Os músculos dos jogadores dão sinais normais de desgaste, principalmente no fim dos campeonatos. E é nessa altura, que a fisioterapia faz milagres. 

No SC Lamego, quem dita as regras da boa forma é o treinador Vítor Pereira, mas quem cuida das mazelas causadas pelo dia-a-dia do futebol é o fisioterapeuta Rafael. Mais conhecido por Rafa, este profissional segue na sua segunda temporada à serviço do Lamego, tendo já deixado fortes marcas do seu trabalho. 

“No SC Lamego, através da nossa atividade, pretendemos dar aos jogadores um suporte fisioterápico pré e pós competição, procurando, desta forma, suprir as necessidades dos atletas”, afirma. 

A equipa lamecense conta com jogadores muito jovens, alguns ainda do escalão júnior. Mesmo assim, todos os jogadores são alvo do mesmo tipo de tratamento, que segue um padrão “muito profissional”. 

“Trabalhar com jogadores jovens nao é difícil, já que possuem menos vícios. Temos que mostrar-lhes sempre a importância do trabalho que está a ser executado”, sublinha. 

Este responsável explica que as lesões mais comuns são as entorses de tornozelos, as lesões nos ligamentos dos joelhos e as contraturas, estiramentos e rupturas musculares. 

No mundo milionário do futebol, é cada vez mais comum a manipulação de jogos e, mesmo, de laudos médicos que viabilizam, incorretamente, a aptidão de alguns jogadores para entrarem em campo. Mas Rafael garante que, em Lamego, isso não acontece. 

“No SC Lamego, não existe nenhuma pressão sobre o departamento de fisioterapia. Os tratamentos são sempre cumpridos dentro do padrão traçado pelo fisioterapeuta e as decisões finais são sempre discutidas em conjunto com o treinador”, revela. 

A saúde física reflete o bem-estar dentro e fora de campo. Entre uma brincadeira e outra, o grupo parece estar cada vez mais unido e pronto para novos desafios. Por esse motivo, Rafael considera que o seu relacionamento com o grupo é dos melhores, procurando sempre manter o “espírito de equipa para que o trabalho possa ser desenvolvido da melhor forma possível”. 

Mas como tudo na vida, esta profissão parece ter também os seus pontos negativos. Para Rafael, falta compreensão quando o assunto é fisioterapia, o que, na maioria das vezes, é confundida com uma simples massagem. 

“A fisioterapia como profissão ainda é muito ‘recente’ e, no futebol, é ainda mais desconhecida. Cada dia é uma luta contra os tabus do futebol, provando que a fisioterapia existe, funciona e que tem profissionais capacitados para lidar com as mais diversas situações”, garante Rafael, que acredita que “a parceria entre futebol/fisioterapia é inovadora e necessária, utilizando técnicas diversas e que muito pode contribuir não só para uma melhor prática do futebol, mas, também, para toda a área desportiva”. 

O trabalho deste fisioterapeuta merece também o reconhecimento do treinador lamecense. “O Rafael é um excelente profissional. Para além de ser uma pessoa sempre disponível, que traz sempre alegria ao grupo, ele colabora na motivação dos jogadores. O Rafael está sempre disposto a novos horizontes. Acredito que a sua presença é uma mais-valia para o clube”, argumenta Vítor Pereira. 

Recorde-se que Rafael Gatto é licenciado em fisioterapia pelo Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, do Rio de Janeiro, com equivalência pela Escola Superior de Tecnologia do Porto. Antes de cuidar dos jogadores do SC Lamego, desempenhou a sua profissão na equipa sénior do A. D. Castro Daire.

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