Para Olimpíadas de Paris, Time Brasil mantém base principal em Portugal

Mundo Lusíada

Depois do Brasil encerrar as Olimpíadas de Tóquio com melhor desempenho da sua história, agora as seleções Paralímpicas começam a embarcar rumo a capital do Japão, para as Paralimpíadas.

Antes mesmo do encerramento dos jogos, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) já iniciou o planejamento e as viagens de inspeção para buscar proporcionar as melhores condições possíveis para os atletas brasileiros na próxima edição dos jogos em Paris.

As primeiras ações visam conhecer e mapear o cenário que os brasileiros irão encontrar na França e ainda encontrar alternativas dentro da Europa para a preparação dos esportistas antes e durante os Jogos.

O COB já fez duas viagens ao continente europeu e irá realizar a próxima em outubro deste ano, onde pretende fechar a estrutura de treinamento para a equipe de vela em Marselha, na Espanha.

Portugal, que recebeu a Missão Europa, solução encontrada pelo Comitê para assegurar o treinamento dos atletas em meio à pandemia, deve ser a base principal do Time Brasil na Europa no período que antecede os Jogos parisienses.

Segundo o COB, o trabalho realizado na preparação do último ciclo olímpico no país europeu resultou em pódio: das 13 modalidades que passaram por Portugal, 9 conquistaram medalhas em Tóquio.

A dinâmica de preparação para Paris 2024 deve ser diferente da montada para o Japão, uma vez que diversas modalidades e confederações já estão habituadas a competir e treinar no continente europeu e a adaptação ao fuso horário é mais tranquila.

“A base principal deve ser Portugal, um comitê olímpico com que temos uma relação muito boa e que foi extremamente parceiro durante a pandemia. Essa deve ser nossa base-mãe na preparação que antecede os Jogos. Durante o evento teremos também uma base em Paris dando suporte aos atletas. Nesse momento, vamos identificando os locais e decidindo internamente quais são as melhores alternativas por questões logísticas e de custos”, afirmou Jorge Bichara, diretor de esportes do COB.

Para modalidades como o hipismo, por exemplo, o transporte dos animais, que já estão na Europa, será bem mais tranquilo. Outras modalidades terão seus materiais de treino enviados para o continente europeu nos próximos meses.

“Aparentemente teremos uma dinâmica mais tranquila do que no Japão, já que muitas confederações já têm suas estruturas tradicionais da Europa. Gostamos muito de Espanha e Portugal pela proximidade de cultura e idioma que facilita para os atletas. Vamos buscar o melhor para dar todo o suporte aos nossos atletas”, completou Bichara.

Campanha

O Brasil inicia a caminhada rumo a Paris após sua campanha mais bem-sucedida da história, com 21 medalhas conquistas em Tóquio 2020 (7 ouros, 6 pratas e 8 bronzes). O quadro de medalhas mostrou o Brasil em 12º lugar, melhor classificação na história. Em 2016, a posição final do país foi 13º.

“Entregamos o que tínhamos como meta, que era superar o Rio 2016. Estar em 12° lugar no mundo, numa competição com 206 países, é um índice importante. Tenho convicção que o trabalho foi feito com muito gosto, vontade e determinação. Entregamos o que tínhamos como meta, e estamos satisfeitos com o resultado”, disse o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley, em entrevista coletiva.

Além de uma quantidade nunca antes vista, muitas das conquistas do Brasil representaram também feitos impressionantes ou inéditos.

Rebeca Andrade, da ginástica artística, foi a primeira mulher brasileira a subir duas vezes no pódio em uma mesma Olimpíada (foi ouro no salto e prata no individual geral).

A skatista Rayssa Leal, de 13 anos, se tornou a medalhista mais jovem da história olímpica do Brasil e a mais nova do mundo desde 1936. Ela foi prata na prova do street.

O tênis, com a dupla formada por Luísa Stefani e Laura Pigossi, trouxe o bronze, primeira medalha olímpica da história da modalidade para o Brasil.

Em alguns casos, atletas brasileiros participaram de momentos memoráveis dos Jogos. Alison dos Santos conquistou o bronze nos 400 metros com barreiras, em uma prova em que os três primeiros colocados superaram o antigo recorde olímpico.

O Comitê Olímpico também divulgou que chegou ao fim dos Jogos sem nenhum caso de Covid-19 na delegação. Segundo as informações do Comitê, dos 317 atletas que defenderam o país em Tóquio, 303 receberam pelo menos uma dose da vacina contra a doença e 259 receberam as duas.

Paralimpíadas

A Paralimpíada de Tóquio só inicia no próximo dia 24, e cerca de 130 integrantes da delegação brasileira já embarcaram rumo aos jogos. Na madrugada do dia 5, as seleções paralímpicas de natação, tênis de mesa, halterofilismo e goalball, além de membros das comissões técnicas, médica e administrativa, embarcaram rumo a sede dos Jogos.

Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19), o grupo fez dois testes PCR antes do embarque e será submetido a novos exames no país-sede da Paralimpíada.

Já a seleção de atletismo embarcou no sábado (7). No dia seguinte, foram os atletas e membros de comissão técnica de tiro com arco, judô, remo, vôlei sentado, tênis em cadeira de rodas, bocha e futebol de 5. Na outra quinta-feira (12), será a vez das equipes de parabadminton e paracanoagem – os atletas deste último sairão da Hungria. Por fim, entre os dias 17 e 25, partem os grupos de ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, hipismo, maratona, triatlo, tiro esportivo e parataekwondo.

O Brasil será representado por 256 atletas (incluindo aqueles sem deficiência, como os guias do atletismo e do ciclismo, os calheiros da bocha, os goleiros do futebol de 5 e o timoneiro do remo) e 431 pessoas ao todo, considerando as comissões técnicas, médica e administrativa. Entre cadeiras de rodas, uniformes, malas, implementos esportivos e equipamentos médicos, são 29 toneladas de bagagem despachada. A entrada dos atletas na Vila Paralímpica está prevista para 18 de agosto.

Nesta manhã, o Comitê confirmou que dois integrantes da delegação nacional, que já se encontra no Japão, testaram positivo para o novo coronavírus (covid-19). Nenhum deles envolve atletas, e ambos estão assintomáticos e em isolamento.

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