FIFA promete “decisão disciplinar” após suspensão da partida Brasil-Argentina

Da redação com agencias

Nesta segunda-feira, a FIFA expressou “lamento” pela suspensão do jogo Brasil-Argentina, pelas eliminatórias para o Mundial2022 de futebol, devido à intervenção das autoridades sanitárias brasileiras, prometendo uma “decisão disciplinar” sobre o incidente.

“Os primeiros relatórios oficiais da partida já foram enviados à FIFA. Essas informações serão analisadas pelos órgãos disciplinares competentes e uma decisão será tomada oportunamente”, refere o órgão que dirige o futebol mundial.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), acompanhada com elementos da polícia, irrompeu o jogo no campo, Arena Neo Química em São Paulo, alegando que quatro jogadores argentinos não cumpriram as regras sanitárias do combate à pandemia de covid-19, depois de já terem sido instados a ficar em quarentena no hotel.

A FIFA repudia ainda “as cenas que antecederam” a suspensão do encontro, o que, recorda, “impediu que milhões de adeptos assistissem a um jogo entre duas mais importantes nações do futebol”.

Argentinos avisados

Em nota de esclarecimento, a Anvisa afirma ter recomendado, em reunião ocorrida no sábado (4), a quarentena dos jogadores argentinos, ante a confirmação de que eles teriam prestado informações falsas ao entrarem no Brasil para o jogo. Na reunião, segundo a agência, estavam presentes representantes da delegação argentina de futebol.

Conforme previsto na Portaria Interministerial 655, de 2021, viajantes estrangeiros que tenham passagem, nos últimos 14 dias, pelo Reino Unido da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte e Índia estão impedidos de ingressar no Brasil.

A partida foi paralisada ontem (5), após 5 minutos de seu início, depois dos quatro jogadores argentinos entrarem em campo, mesmo com a determinação da agência de que teriam de cumprir isolamento no hotel para serem deportados para a Argentina.

“Desde a tarde deste sábado (4), a Anvisa, em reunião ocorrida com a participação de representantes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da delegação argentina, recomendou a quarentena de quatro jogadores argentinos”, informou, em nota, a Anvisa.

A agência acrescenta que, mesmo depois da reunião e da comunicação das autoridades, os jogadores argentinos teriam participado de treinamento ainda na noite do sábado. Diante da situação, na manhã seguinte, a Polícia Federal foi notificada.

A Anvisa afirma que “até a hora do início do jogo, esforçou-se, com apoio policial, para fazer cumprir a medida de quarentena imposta aos jogadores, sua segregação imediata e sua condução ao recinto aeroportuário”.

As tentativas foram frustradas, desde a saída da delegação do hotel até antes do início do jogo, “quando a agência teve sua atuação protelada já nas instalações da arena de Itaquera”.

“A decisão de interromper o jogo nunca esteve, nesse caso, na alçada de atuação da agência. Contudo, a escalação de jogadores que descumpriram as leis brasileiras e as normas sanitárias do país, e que ainda prestaram informações falsas às autoridades, isso sim, exigiu a atuação da agência de Estado a tempo e a modo, ou seja, de maneira tempestiva e efetiva”, complementa a nota.

A Anvisa acrescenta que os jogadores se recusaram a assinar a notificação entregue pelas autoridades presentes no estádio.

Giovanni Lo Celso e Cristian Romero, treinados no Tottenham pelo português Nuno Espírito Santo, Emiliano Martinez e Emiliano Buendia, que atuam no Aston Villa, seriam os jogadores visados pelas autoridades.

Os argentinos, escudados pela autorização da Conmebol, negaram qualquer conduta imprópria e o presidente interino da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, considerou que a Anvisa “excedeu os limites do bom senso” ao interromper o jogo.

Este seria o primeiro encontro entre Brasil e Argentina depois de o conjunto das pampas ter conquistado a Copa América em solo ‘canarinho’.

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