Antonio Costa: Apoio a presidente do Benfica nada tem a ver com política

Da Redação
com Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, voltou a defender esta segunda-feira que o seu apoio à recandidatura do presidente do Benfica não tem “rigorosamente nada” a ver com a sua vida política ou funções de chefe do Governo.

Costa respondia aos jornalistas à saída de uma visita à Escola Secundária de Benavente, assinalando o primeiro dia do início do ano letivo, desta feita num contexto de pandemia de Covid-19.

“Mais uma razão acrescida para que não misture de forma alguma aquilo que são as minhas responsabilidades enquanto agente político com coisas que rigorosamente nada têm ou tiveram a ver com a minha vida política ou funções”, disse.

O chefe do Governo preferiu manifestar-se “150% concentrado” no assunto que o trouxe ao referido estabelecimento de ensino e evitou responder a mais questões sobre a sua inclusão na comissão de honra da candidatura do atual presidente “encarnado”, Luís Filipe Vieira, envolvido em diversos processos judiciais. Questionado pelos jornalistas, o presidente rejeitou comentar o assunto.

De acordo com notícias divulgadas no fim de semana, além de António Costa também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, o líder parlamentar do CDS, Telmo Correia, ou o deputado do PSD Duarte Pacheco são alguns dos “mais de 500” nomes que integram a comissão de honra de Luís Filipe Vieira.

Além das críticas do presidente do PSD, Rui Rio, também nesta segunda-feira o presidente da Juventude Popular condenou o apoio de Costa à recandidatura do presidente do Benfica, alargando a crítica ao líder da bancada do CDS-PP, que também integra a comissão de honra de Luís Filipe Vieira.

“Não se trata da liberdade de gosto ou militância clubista de António Costa”, considerou, considerando que em causa está a “promiscuidade” entre o “primeiro-ministro de Portugal com o futebol, com um clube e com um candidato”, disse Francisco Mota.

Na ótica do líder da estrutura que representa os jovens do CDS-PP, António Costa “ultrapassou todos os limites da vergonha” ao integrar a comissão de honra da recandidatura do presidente benfiquista, Luís Filipe Vieira..

Em comunicado, o presidente da JP diz que o primeiro-ministro parece “não perceber o lugar que ocupa” e, “depois de confundir o Governo com um partido e um partido com o Estado, agora deliberadamente confunde um primeiro-ministro com um clube”.

O dirigente centrista lembrou que “cabe aos deputados da Assembleia da República fiscalizar e legislar sobre o futebol” e considerou que “há aqui claramente um problema de conflito de interesses”.

“A todos aqueles que, a par do primeiro-ministro, desempenham cargos de conflito de interesses e de fiscalização no plano desportivo, a bem da transparência, devem deixar para o futebol o que é do futebol, porque não podem ser no mesmo plano árbitros e jogadores”, defende Francisco Mota.

“Sabendo os portugueses que existe uma investigação judicial em curso, o país assiste de bancada o seu primeiro-ministro a ser uma testemunha abonatória e a influenciar diretamente o decurso da investigação”, acusa o líder dos jovens centristas.

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