União destina R$ 80 milhões para obras emergenciais em Angra dos Reis

Mundo Lusíada Com agencias

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Em 07 de janeiro, o governo brasileiro anunciou a liberação emergencial por medida provisória de cerca de R$ 80 milhões para obras no município de Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. O dinheiro será aplicado para reconstruir casas destruídas atingidas pelos deslizamentos de terra, realocar famílias que vivem em áreas consideradas de risco e recuperar encostas, principalmente nas áreas mais afetadas pelas chuvas da virada do ano.

Segundo dados da Defesa Civil do Rio de Janeiro, são 20 localidades afetadas, 76 pessoas estão desabrigadas, 2.198 desalojadas e 74 mortes registradas até o momento. Durante encontro realizado no município, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, declarou que “o Ministério da Integração Nacional está à disposição do governo do estado do Rio de Janeiro e da comunidade de Angra dos Reis para qualquer ajuda que venha melhorar a situação da população da região”.

“O ministro das Cidades também já se comprometeu a analisar os projetos que serão levados pelo governo do Rio de Janeiro, no sentido de incluir no projeto Minha Casa, Minha Vida soluções ainda mais abrangentes para essa questão das moradias, que é o principal problema neste momento”, acrescentou.

Esteve agendado para dia 13 a reunião entre o governador do estado do RJ, Sérgio Cabral, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para apresentar projetos detalhados de prevenção em áreas de risco para as regiões de Angra dos Reis e Baixada Fluminense, também castigada pelas chuvas.

No dia 07, os ministros da Integração Nacional e das Cidades, Márcio Fortes, sobrevoaram o local e visitaram o Morro da Carioca, comunidade pobre na cidade de Angra, onde o deslizamento de terra matou 21 pessoas. Seguiram para a Praia do Bananal, na Ilha Grande, local do desmoronamento que matou 31 pessoas na passagem de ano.

As chuvas que castigam as regiões Sul e Sudeste do Brasil já causaram prejuízos de cerca de mil milhões de reais (400 milhões de euros) e pelo menos 138 vítimas mortais. Os maiores prejuízos foram registrados no Estado do Rio, com 72 mortes e desaparecimentos. Até então, não foram encontradas vítimas portuguesas no local. A Embaixada de Portugal no Brasil esteve seguindo de perto os acontecimentos, através do Cônsul Geral de Portugal no Rio de Janeiro, António de Almeida Lima, que esteve em contato com as autoridades de Angra dos Reis, na apuração da identidade das vítimas.

Em São Paulo, a maior tragédia foi na cidade de Cunha, onde deslizamentos de terras mataram seis pessoas de uma mesma família, e em Guararema, onde quatro pessoas morreram. Parte da histórica cidade de São Luiz do Paraitinga, a 170 quilômetros da capital paulista, permanecia submersa pelas águas de um rio que corta o município. Dezenas de casarões e até a igreja matriz do século XIX, integrados no patrimônio histórico, não suportaram a força das águas e desabaram, num prejuízo estimado em 100 milhões de reais (40,2 milhões de euros).

Angra dos Reis, que completou em 06 de janeiro 508 anos, trocou os festejos pelo luto e realizou uma missa ecumênica.

Casas demolidas e área de risco Cerca de 3 mil imóveis podem ser demolidos em Angra dos Reis, por se localizarem em áreas de risco. A estimativa foi feita pela secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, que sobrevoou as encostas do município, inclusive as situadas em Ilha Grande.

O número exato de casas que serão demolidas será determinado por um mapeamento detalhado, que será feito em parceria com universidades fluminenses. O levantamento complementará o trabalho que técnicos do Instituto Estadual do Ambiente vêm fazendo no município. Segundo a secretária, esses especialistas não têm condições de avaliar riscos geotécnicos. Por isso, é necessário fazer o mapeamento em parceria com universidades.

De acordo com ela, os efeitos do decreto estadual de junho de 2009, que favorece a construção em áreas de preservação ambiental da região de Angra dos Reis, estão suspensos enquanto o mapeamento das universidades não for concluído.

Segundo o Ministério de Integração Nacional, estão a ser distribuídos alimentos, agasalhos, cobertores e colchões. A região já recebeu mais de 30 toneladas de donativos como alimentos, ‘kits’ de higiene, material de limpeza e água mineral.

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