Queda do desemprego é positiva mas precariedade continua a aumentar

Da Redação
Com Lusa

A CGTP considerou positiva a diminuição do desemprego no segundo trimestre do ano em Portugal, mas destacou que a precariedade continua a aumentar, atingindo cerca de 900 mil trabalhadores, dos quais mais de metade são jovens.

A taxa de desemprego desceu para 6,7% no segundo trimestre, atingindo o “valor mais baixo da série iniciada no primeiro trimestre de 2011”, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Apesar de considerar “positiva” a descida do desemprego, a CGTP sublinha, em comunicado, que a evolução “não altera o fato de a precariedade continuar a aumentar, tanto face ao trimestre homólogo, como ao trimestre anterior, atingindo cerca de 900 mil trabalhadores, cerca de 475 mil dos quais jovens”.

“A insegurança relativamente à manutenção do posto de trabalho é assim uma realidade para 42% dos jovens com menos de 35 anos”, destaca a intersindical liderada por Arménio Carlos.

A CGTP sublinha ainda que “grande parte dos empregos criados são mal pagos”, lembrando o último relatório de acompanhamento do salário mínimo nacional, onde é crescente “a proporção de postos de trabalho criados com o salário mínimo nacional (passou de 23% no início de 2014 para mais de 40% no primeiro trimestre de 2018)”.

Os dados do INE mostram que “mais de 300 mil trabalhadores que continuam desempregados” e que “a subutilização do trabalho ascende a perto de 720 mil pessoas”.

Já o desemprego de longa duração, embora em queda, “continua a abranger mais de metade dos desempregados”, frisa a CGTP.

O Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, afirmou que os dados do desemprego do segundo trimestre representam a “evolução mais positiva de toda a legislatura do ponto de vista trimestral”.

“Foram criados em termos líquidos, nestes cerca de dois anos e meio, 312 mil postos de trabalho, foi diminuído em 282 mil o número de desempregados, dos quais 211 mil são desempregados de longa duração”, afirmou, em declarações à Lusa.

Vieira da Silva ainda referiu que os indicadores em causa apontam para o reequilíbrio e são acompanhados por um crescimento do salário médio superior a 4% em termos anuais.

“Há, de fato, um dinamismo muito forte do mercado de trabalho que corresponde ao dinamismo da economia e que é provavelmente das melhores notícias que podemos ter do ponto de vista estrutural, porque quer dizer que a economia portuguesa se está a modernizar e está a modernizar-se com forte conteúdo de emprego”, afirmou.

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