Produção de azeite em Trás-os-Montes cai para quase metade

Da Redação
Com Lusa

A região de Trás-os-Montes continua a ser a segunda maior produtora portuguesa de azeite, mas o seu peso a nível nacional caiu para quase metade numa década, segundo organizações ligadas ao setor.

A evolução e o futuro do setor estão em debate, em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, num encontro promovido pela Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Olivicultores, associada da CONFAGRI.

Segundo disse a secretária-geral da Fenazeites, Patrícia Falcão Duarte, a produção está a aumentar em todo o país, mas enquanto, em 2007, a região de Trás-os-Montes era responsável por 30% da produção nacional, em 2016, esse valor que caiu para 16%. Já no Alentejo, o maior produtor nacional passou a ser responsável por 71% da produção nacional, quando, em 2007, valia 45%.

“Tendo em conta que o azeite é de excelente qualidade queremos perceber o que está a acontecer”, indicou a secretária-geral da Fenazeites, organização que lembra que o azeite de Trás-os-Montes é um produto com Denominação de Origem Protegida (DOP) pela União Europeia desde 1996.

Como realça esta organização, “a qualidade destes azeites é mundialmente reconhecida, as suas características fazem dele um produto único, e os inúmeros prêmios conquistados têm aumentado o seu prestígio, sobretudo no mercado internacional”, pelo que “pode contribuir para aumentar as exportações do país, desde que se consiga manter a dinâmica no setor e o empenho dos produtores”.

Esta região gera, neste setor, cerca de 30 milhões de euros para a economia portuguesa e a área de olival e a produção de azeite têm vindo a aumentar, o problema está nas características das explorações, na opinião de Luís Rodrigues, presidente da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros, a anfitrião do encontro de hoje.

“Nós temos explorações pequenas e muito divididas, que prejudicam a modernização e apanha da azeitona”, concretizou.

Outro problema apontado é “o pouco regadio e mal aproveitado” na região, que faz com que Trás-os-Montes esteja a perder para o Alentejo que tem registado uma “impressionante quantidade de olival” novo, devido ao potencial do Alqueva.

“Estamos (em Trás-os-Montes) a produzir mais, mas estamos a perder na porcentagem nacional porque o regadio é fundamental para a agricultura funcionar”, afirmou, defendendo que esta terá de ser uma aposta no próximo quadro comunitário de apoio, depois de 2020, que estará em debate no encontro de hoje.

Outro fato negativo para o setor na região, é a pequena dimensão dos terrenos, que “não é fácil de ultrapassar”, como constatou o dirigente. “As pessoas estão apegadas à terra. Já se tentaram fazer emparcelamentos muitas vezes, mas não é fácil mudar mentalidades”, sustentou.

A valorização do preço do azeite é uma das reivindicações dos produtores que está presente neste encontro para discutir o futuro da Política Agrícola Comum (PAC) pós 2020.

Ouvir o setor e dar as últimas informações disponíveis é também o propósito deste encontro, como realçou a secretária-geral da Fenazeites, Patrícia Falcão Duarte.

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