Presidente quer continuar sintonia entre quem decide e os portugueses

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa (C), ladeado pelo Primeiro Ministro Antonio Costa (D) e pelo Presidente da Assembleia da Republica, Eduardo Ferro Rodrigues (E), à chegada para a sessão de apresentação sobre a “Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal”, no Infarmed, em Lisboa, 14 de maio de 2020. RODRIGO ANTUNES/LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa considerou fundamental que continue a sintonia “entre quem tem de decidir e os portugueses”, cujo comportamento vai determinar o equilíbrio entre a abertura e o controle da pandemia.

À saída da sexta reunião no Infarmed, em Lisboa, para avaliar a situação epidemiológica em Portugal devido à covid-19, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “o fundamental” é que “continue a sintonia, isto é, este diálogo, entre quem tem de decidir e os portugueses que têm também nas suas mãos a decisão final porque depende do seu comportamento este equilíbrio entre a abertura e o controlo da epidemia”.

“O comportamento dos portugueses tem sido exemplar e quando comparamos com outros processos, noutros países que têm altos e baixos, avanços e recuos, até agora nós encontramos um processo linear no comportamento dos portugueses e na relação com a evolução da pandemia e isso é positivo”, defendeu.

O chefe de estado reiterou que os momentos das reaberturas de 18 de maio e de 01 de junho precisam de ser avaliados.

“Essas duas avaliações permitirão, no final de junho, termos todos portugueses uma visão mais completa daquilo que todos temos dito que é nesta fase o estar a proceder a uma abertura da vida econômica social com o controle do surto, da pandemia”, referiu.

Questionado sobre se já vê a “luz ao fundo do túnel”, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que isso é “falar de uma realidade que os portugueses vão, eles próprios, conquistando”.

“Até agora têm vindo a conquistar. Queremos ter a certeza que continuarão a conquistar ao longo das próximas semanas”, disse.

Desconfinamento

Portugal tem registrado um “desconfinamento muito contido” que não permite ainda “conclusões firmes” sobre a reabertura gradual de atividades e estabelecimentos encerrados.

“O desconfinamento em Portugal, começado a partir do dia 03 de maio, foi um desconfinamento muito contido. Os portugueses foram sensíveis àquilo que lhes foi pedido de fazerem a abertura por pequenos passos, portanto, a grande maioria continuou a ser muito contida. O que quer dizer que não temos muitos dados que permitam retirar conclusões firmes”, declarou Marcelo Rebelo.

Para esta “contenção” também contribuiu “uma comunicação muito boa entre as autoridades sanitárias e os portugueses” e que “os passos dados estão a ser dados a um ritmo e com uma intensidade que correspondem a esse diálogo”, observou.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “não passaram ainda 15 dias, o que significa seis dias de incubação e oito dias de comunicação, de reporte às autoridades sanitárias”, desde que se iniciou essa reabertura por etapas, após 45 dias de estado de emergência.

“Como o confinamento, a contenção continuou muito elevada, nós encontramos um processo sem grandes alterações”, acrescentou, referindo que o indicador de transmissão da doença “anda à volta de 1% na média dos últimos cinco dias, ligeiramente aquém a nível nacional, 0,98”, e “mais elevado na região de Lisboa e Vale do Tejo do que na região Centro, e aí mais elevado do que na região Norte, onde é o mais baixo, 0,91”.

Não havendo “conclusões firmes” por enquanto, o Presidente apontou os dias 18 de maio e 01 de junho, para os quais estão previstas as próximas etapas desta reabertura gradual, como “dois momentos significativos” que Portugal tem pela frente.

O chefe de Estado mencionou que está previsto que no dia 18 de maio haja “uma série de aberturas, quer em termos escolares, quer em termos de restauração, quer em termos de estabelecimentos comerciais”, e para 01 de junho “o regresso ao trabalho de muitos e muitas que se encontram em teletrabalho, com mais aberturas em matérias de sistema escolar e também de comércio”.

Esta foi a sexta reunião alargada no Infarmed sobre a evolução da covid-19 em Portugal e a primeira após o fim do estado de emergência, decretado pelo Presidente da República, que vigorou em Portugal entre 19 de março e 02 de maio, do qual se transitou para uma situação de calamidade declarada pelo Governo.

O chefe de Estado congratulou-se com a realização destas reuniões com especialistas, que se iniciaram em março por iniciativa do primeiro-ministro, António Costa, com um objetivo de partilha de informação, alargadas ao presidente da Assembleia da República, líderes partidários, sindicais e patronais, inicialmente com frequência semanal e agora quinzenais.

“É muito positivo haver a realização destas sessões para monitorizar também a par e passo a evolução da pandemia em si mesma e das suas repercussões sociais”, disse.

As próximas reuniões serão “na primeira semana de junho, para fazer a avaliação da abertura a partir do dia 18”, e “na terceira semana de junho, a determinar, para fazer avaliação dos efeitos da abertura a partir do dia 01 de junho”, referiu.

A pandemia de covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detectado no final de dezembro na China, atingiu 195 países e territórios.

Em Portugal, os primeiros casos de infecção com o novo coronavírus foram confirmados no dia 02 de março e já morreram 1.184 pessoas num total de 28.319 contabilizadas como infectadas, de acordo com o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: