Presidente: “Portugueses têm muito dinheiro investido aí” [TAP]

Da Redação com Lusa

O presidente português cruzou-se em Cascais com a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, a quem desejou boa sorte, realçando que “os portugueses têm muito dinheiro investido” na transportadora aérea nacional.

A saída da reunião do Conselho de Estado, na Cidadela de Cascais, no distrito de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa encontrou Christine Ourmières-Widener numa esplanada e os dois trocaram algumas palavras, em francês, registradas por alguns órgãos de comunicação social.

“Tentamos fazer o melhor. Trabalhamos muito”, declarou Christine Ourmières-Widener ao Presidente da República, de acordo com imagens transmitidas pela RTP.

Marcelo Rebelo de Sousa respondeu-lhe que viu na televisão que a nova equipe executiva da TAP preparou um plano de reestruturação para apresentar ao conselho de administração da empresa e considerou que “é muito importante que corra bem” esse processo.

Dirigindo-se aos jornalistas, em português, o chefe de Estado reforçou: “É fundamental que corra bem. É muito importante para o país que corra bem”.

A presidente executiva da TAP concordou que isso “é muito importante” e acrescentou que o plano será apresentado “em breve”, sem indicar nenhum prazo, e que a sua equipe está com “muita energia e muita paixão”.

“Boa sorte. É também boa sorte para Portugal. Portugal tem aí, os portugueses têm muito dinheiro investido aí”, disse-lhe Marcelo Rebelo de Sousa, despedindo-se.

Restruturação

A TAP pretende operacionalizar o plano de reestruturação em outubro, adiantou na última semana a presidente executiva. A gestora, explicando que prefere falar em “transformação” em vez de reestruturação, recordou o papel da Comissão Europeia e do Governo neste processo.

“É um plano vasto e complexo e temos intenção de o operacionalizar em outubro”, rematou, referindo que é preciso ainda “submeter o plano de implementação ao Conselho de Administração antecipadamente, de acordo com os procedimentos”.

“Estamos a trabalhar para ser mais específicos e mais detalhados sobre o que queremos fazer hoje, dentro de uns meses e no próximo ano”, salientou Christine Ourmières-Widener, referindo que “é sempre difícil prever o que queremos fazer em quatro, cinco anos a partir de um plano de ação”.

“Mas pelo menos queremos começar a divulgar o mais possível quais são as prioridades para os próximos meses e para o próximo ano”, salientou.

Em 10 de junho, Portugal notificou formalmente à Comissão Europeia um auxílio à reestruturação no valor de 3.200 milhões de euros, com o objetivo de financiar um plano de reestruturação do grupo através da TAP Air Portugal.

“Acho que a aviação está a passar pela crise mais difícil desde a sua criação”, defendeu a CEO, garantindo que “não há nada comparável”. Ainda assim, a líder da TAP disse estar “otimista”.

“Acredito que esta crise vai ser difícil de ultrapassar, mas ao mesmo tempo devemos acreditar que nos tornaremos mais fortes depois dela”, salientou.

Christine Ourmières-Widener acredita que irão “existir algumas mudanças na aviação comercial por causa da consolidação”, destacando que “algumas companhias serão ainda maiores, como as ‘low cost’, porque têm uma posição de caixa muito forte, em comparação com as companhias de bandeira”.

Para a presidente executiva da TAP, outra grande alteração no setor “será a vontade de os clientes acederem a mais serviços online”.

“A transformação digital que esperamos será ainda mais forte e temos de ouvir e compreender as tendências para estarmos prontos a responder quando começarem a parecer sinais de recuperação”, garantiu.

A gestora disse ainda que “as viagens de negócios não irão recuperar ao mesmo nível das de lazer”, salientando, no entanto, que “a TAP como companhia aérea está um pouco mais bem preparada do que as outras, porque tem sido forte nas viagens de lazer face às outras companhias de bandeira”.

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