Presidente português diz que taxa de crescimento para 2015 pode chegar aos 2%

Mundo Lusíada
Com agencias

O Presidente da República Cavaco Silva,   durante a gravação da Mensagem do Presidente da   República dirigida às Comunidades Portuguesas no   âmbito do 10 de junho, na Fundação Champalimaud, em   Lisboa, 9 de junho de 2012. JOAO RELVAS/LUSA  O Presidente da República afirmou em 16 de março que a taxa de crescimento da economia portuguesa em 2015 poderá ser de 2% devido à quebra do preço do petróleo e à depreciação do euro. Agencias internacionais apontam que o mercado espera um crescimento de 1,5%.

“Em 2014, o crescimento econômico foi de 0,9 %, sendo que a previsão para 2015 é de 1,5 %. Contudo, a recente quebra do preço do petróleo e a depreciação do euro poderão conduzir a uma revisão em alta da taxa de crescimento para 2015, para valores em torno de 2%”, disse Aníbal Cavaco Silva, em Paris, perante o conselho da OCDE.

O Presidente Cavaco Silva foi o primeiro chefe de Estado português a realizar uma visita oficial à sede da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo do qual Portugal faz parte, em Paris.

Num discurso otimista sobre a situação da economia nacional, Cavaco Silva disse ainda que para 2015 a previsão do Governo português é que o país tenha um déficit orçamental abaixo dos 3% e, se tal ocorrer, “o país sairá do procedimento de déficit excessivo. (…) Um ajustamento orçamental desta magnitude representa um esforço de grandes proporções”.

Segundo Cavaco, a conclusão do programa de ajustamento os juros da dívida pública nacional têm vindo a reduzir-se para “mínimos históricos”. “Apesar da dívida pública ainda atingir cerca de 129% do produto interno bruto (PIB), prevê-se que a redução do rácio da dívida tenha início já em 2015”, sustentou.

Elogiando os relatórios elaborados pela OCDE como tendo um papel muito relevante ao permitirem “uma avaliação independente das políticas públicas e reformas estruturais”, Cavaco Silva não se referiu ao relatório de 9 de Março segundo o qual a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico continuava a apontar para uma desaceleração da melhoria da atividade econômica em Portugal.

Segundo os indicadores da OCDE, Portugal voltou a recuar duas centésimas em Janeiro, face a Dezembro, para 101,27 pontos, acima do nível de 100 que marca a média de longo prazo e acima da média dos países da Zona Euro, que progrediu 11 centésimas para 100,7 pontos.

Contudo, o Presidente da República lembrou aos elementos do conselho da OCDE que os últimos quatro anos foram “particularmente difíceis” para o país sujeito a um programa de assistência econômica e financeira, mas sublinhou a recuperação da credibilidade e do acesso aos mercados.

“A economia portuguesa apresenta-se mais competitiva, sustentável e integrada na economia global”, afirmou. Além deste compromisso, Cavaco Silva esteve também com representantes da comunidade portuguesa local.

Passos Coelho
Também o primeiro-ministro manteve em 18 de março que Portugal registrará em 2015 um déficit inferior a 3%, mas alertou para a possibilidade de não se cumprir esse objetivo em 2016, caso as medidas extraordinárias do Governo sejam retiradas repentinamente.

“Se nada disto [medidas extraordinárias] existir em 2016, então haverá tendência para que nós não cumpramos o objetivo de ter um déficit inferior a 3% e então poderemos vir a ter problemas, não com o crescimento da economia, que crescerá, mais até do que aquilo que o Governo tem previsto, mas podemos regressas a certos desequilíbrios macroeconômicos”, afirmou.

O primeiro-ministro manteve ainda que o défice este ano ficará abaixo dos 3%, apesar de as conclusões preliminares da missão técnica do FMI, divulgadas dia 18, apontarem para que o déficit orçamental de Portugal seja de 3,2% do PIB em 2015.

Segundo a Síntese Económica de Conjuntura de fevereiro do Instituto Nacional de Estatística (INE), em janeiro os Indicadores de Curto Prazo (ICP) apresentaram “sinais negativos” sobre a evolução da atividade na indústria, na construção e obras públicas e em setores de serviços em Portugal. Já o indicador quantitativo do consumo privado apresentou um crescimento homólogo “ligeiramente mais expressivo” em janeiro, refletindo a aceleração do consumo corrente.

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