Presidente do BPN Brasil afirma que o banco brasileiro é um dos bons ativos do grupo

Da Redação Com Portugal Digital

O BPN Brasil, controlado pelo Banco Português de Negócios (BPN), não tem problemas de gestão, segue as normas do Banco Central brasileiro e é um dos bons ativos da instituição financeira portuguesa, cuja nacionalização foi anunciada pelo governo do primeiro-ministro José Sócrates.

A avaliação é de Carlos Catraio, presidente do BPN Brasil, em declarações ao Portugal Digital, na terça-feira 4 de novembro. A este propósito, Catraio enfatizou que o BPN Brasil está há quatro semestres consecutivos com resultados positivos e que o impacto da crise financeira internacional no banco foi reduzido. Isto deve-se, disse, ao perfil da instituição, cuja clientela foco são as empresas médias brasileiras, principalmente exportadoras, e também pelo fato de não trabalhar com derivativos.

O BPN está no Brasil desde 2003, atuando nas áreas de crédito e financiamento, comércio exterior, banco de investimento, repasses do BNDES e tesouraria. O BPN Brasil tem tido um foco nas pequenas e médias empresas, tendo correspondentes bancários em várias regiões, nomeadamente São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

De acordo com Carlos Catraio, a equipa do BPN Brasil é constituída essencialmente por quadros brasileiros e o banco opera supervisionado pelas normas de governança do Banco Central do Brasil.

Para o presidente do BPN Brasil, a decisão tomada pelo governo do primeiro ministro José Sócrates de nacionalizar o banco português coloca a Caixa Geral de Depósitos (CGD), “um dos grupos financeiros mais sólidos da Europa” como o acionista majoritário do banco, o que Catraio vê como um “up grade” para o BPN Brasil, que passa a ter dois grandes acionistas, designadamente o Estado português, através da CGD, e o angolano Banco Africano de Investimentos (BAI), que tem participação de 20 por cento no BPN Brasil.

Segundo Carlos Catraio, a atividade do BPN Brasil decorre normalmente, de acordo com as normas que regulam o sistema financeiro brasileiro.

O presidente do BPN Brasil disse ainda ao Portugal Digital que a atividade do BPN Brasil é totalmente independente dos ativos brasileiros controlados pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que controlava o banco português. A SLN, entre outros ativos, detém no Brasil a empresa Sabrico, que lidera a revenda de veículos pesados Volkswagen no sul do Brasil e de carros da mesma marca na cidade de São Paulo.

Além da Sabrico, a SLN é proprietária também de uma empresa de táxis aéreos, a Omni, com base em Macaé, região petrolífera no estado do Rio de Janeiro.

Em Portugal, o ministro português das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou que a nacionalização do BPN depois de terem sido detectadas perdas de 700 milhões de euros (R$ 1,9 bilhão), quando o banco enfrentava o risco de uma ruptura dos seus pagamentos.

Segundo informações da Agencia Lusa, a maioria socialista no Parlamento aprovou, em votação final global, a proposta de nacionalização do BPN, com os votos contra de todas as bancadas da oposição. O texto para a nacionalização de todas as "ações representativas do capital social do Banco Português de Negócios" inclui um anexo que aprova também o regime jurídico das nacionalizações.

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