Presidente do Banif diz que Portugal beneficia muito do Brasil

"Nós beneficiamos muito do Brasil, e não é só pelos investimentos", afirmou Horácio Roque em entrevista ao jornal "Público".

Da Redação Com Portugal Digital

João Relvas/Lusa Portugal

>> O Presidente do Banif – Grupo Financeiro, Horácio Roque, durante a conferência de imprensa para apresentação dos resultados relativos ao exercício do ano passado, em Lisboa, 9 de Março de 2009.

 

O presidente e fundador do banco Banif, Horácio Roque, acredita que Portugal beneficia "muito" da relação que mantém com o Brasil, ainda que a nível económico haja parceiros internacionais mais relevantes. "Nós beneficiamos muito do Brasil, e não é só pelos investimentos que temos no Brasil, mas também pelos portugueses que estão no Brasil, como pelos brasileiros que vivem em Portugal", afirmou Horácio Roque numa entrevista ao jornal "Público".

O presidente do Banif lembrou a importância das ligações aéreas entre os dois países, que nos últimos anos se multiplicaram, com o aumento de oferta regular da TAP Portugal. "O nosso relacionamento não é visível, mas ele existe e vê-se pelos aviões que saem todos os dias para o Brasil. Há uns anos voavam três aviões por semana para o Brasil e hoje temos sete ou oito voos por dia", comentou Horácio Roque.

O presidente do Banif falou também, na entrevista ao "Público", de parte dos planos que o banco tem para o mercado brasileiro. Recentemente o Banif adquiriu a portuguesa Tecnicrédito, que possui 30% do Banco Pecunia, onde a Société Générale detém os restantes 70%.

"Agora estamos a analisar o que fazer e estamos disponíveis ou para vender a nossa posição de 30% no Banco Pecunia, ou para comprar os 70% à Société Générale e integrar o Banco Pecunia na operação de crédito ao consumo que o Banif já tem no Brasil. Qualquer solução nos agrada", afirmou Horácio Roque.

O Brasil será, aliás, uma peça integrada no xadrez económico global, no sentido em que deverá manter relações com outros mercados onde o banco português está. O fundador do Banif considera que Portugal não funcionará como plataforma entre a China e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, mas admite que "entre Angola e os outros PALOP e o Brasil, Portugal pode desempenhar um papel importante em várias áreas".

Sobre os resultados do grupo neste ano Horácio Roque admite que "não foram brilhantes", mas prevê um fecho de contas em 2009 em linha com o verificado nos primeiros nove meses, ligeiramente abaixo os registados em 2008.

Na entrevista ao "Público", o banqueiro referiu ainda que o Banif irá analisar a possibilidade de compra do Banco Português de Negócios (BPN), instituição financeira que foi nacionalizada pelo Estado e que agora, sob gestão da administração da estatal Caixa Geral de Depósitos, espera uma decisão de regresso à esfera privada.

"Quando o negócio for conhecido, quando se souberem as condições em que o Estado quer vender, vamos analisar, com certeza", disse Horácio Roque. O presidente do Banif recusou-se a especular sobre as condições ideais de compra do BPN. "Eles é que querem vender, e têm de apresentar as condições. Mas é lógico que a marca BPN não vale nada. O que pode valer é a sua rede de balcões e só interessa se for vendida “limpa”. O BPN vale pelas instalações que tem e pelas agências, porque tem bons balcões", esclareceu Horácio Roque.

Deixe uma resposta