Presidente defende “papel decisivo” de Portugal na segurança energética

Da Redação com Lusa

O Presidente da República apresentou Portugal como um país que pode ter “papel decisivo”, por exemplo, na segurança energética, com o Porto de Sines como ‘hub’ euro-atlântico e beneficiando da localização dos Açores.

“Portugal tem todas as condições para desempenhar um papel decisivo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), neste dia 02 em Lisboa.

Numa intervenção em inglês, o chefe de Estado assinalou que Portugal tem “uma das maiores plataformas continentais e zona econômicas exclusivas da Europa” e vai fazer “um investimento mais forte em Defesa e Segurança agora e nos anos próximos anos”.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que Portugal registrou “a melhor taxa de crescimento econômico na União Europeia no primeiro trimestre deste ano” e oferece “um apoio sólido às relações transatlânticas”, concluindo: “Numa palavra, estamos prontos para qualquer desafio nos anos que aí vêm”.

“Na segurança energética, para mencionar um tópico geopolítico vital, Portugal tem a geografia do seu lado, com uma vasta área marítima e o Porto de Sines como um ‘hub’ euro-atlântico crucial para o fornecimento de gás e de energia verde mas também para centros tecnológicos e de grandes arquivos de dados, críticos para a rede de cabos de internet que atravessa o oceano Atlântico, por exemplo, entre Portugal e o Brasil”, referiu.

Portugal quer estar “no centro” do processo de integração europeia e participar “no reforço coletivo” da Aliança Atlântica, na “melhoria estratégica” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e na “consolidação do diálogo” entre os países do Sul e do Norte do Atlântico, da América Latina à África, disse.

“E para isso temos o centro atlântico nos Açores como um instrumento fantástico”, realçou o Presidente português.

Ao mesmo tempo, quer fortalecer “relações bilaterais estratégicas” como a que mantém com os Estados Unidos da América, prosseguiu.

Segundo o chefe de Estado, Portugal e os Estados Unidos da América podem “trabalhar ainda melhor no diálogo político, na educação, ciência e cultura, nas oportunidades de comércio e investimento”.

Neste ponto, fez uma interrupção para mencionar que “atualmente está a aumentar o número de turistas americanos e o investimento americano em Portugal, sobretudo em Lisboa e no Porto e respectivas áreas metropolitanas, em energia verde e ‘clusters’ tecnológicos e industriais, e, claro, em matéria de Defesa e Segurança”.

Relativamente à Segurança e Defesa, o Presidente da República observou: “Áreas em que os nossos dois países estiveram mais integrados durante várias décadas”.

Euro-atlântica

Face à invasão russa da Ucrânia, o presidente defendeu “os investimentos em Defesa e Segurança e a cooperação entre aliados” na região euro-atlântica “são mais importantes do que nunca”.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “a diplomacia deve ser sustentada por credibilidade militar para trazer estabilidade à Europa” e enalteceu a importância do “compromisso político entre as democracias da América e da Europa”.

Segundo o chefe de Estado, a guerra na Ucrânia mostrou que não há “um declínio inexorável do euro-atlântico”, que descreveu como “o mais valioso bloco econômico e de comércio” e “o centro da liberdade e da democracia”, onde foram alcançados progressos que jovens das outras partes do mundo ambicionam.

“Mas, para reforçar esses princípios, quando a guerra regressou à Europa da forma mais brutal, os investimentos em Defesa e Segurança e a cooperação entre aliados são mais importantes do que nunca”, defendeu.

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