Presidente da Portugal Telecom reafirma investimentos no Brasil

Da RedaçãoCom Portugal Digital

Zuleika de Souza/Lusa Portugal

>> O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma camisa do Benfica autografada por Eusébio das mãos do presidente executivo da Portugal Telecom Zeinal Bava, em Brasília, 16 de Julho de 2009. Lula ainda foi presenteado com camisas da Seleção de Portugal e do Real Madrid, do jogador português Cristiano Ronaldo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Portugal Telecom, Zeinal Bava, tiveram uma reunião em Brasília, no último 16 de julho. Bava transmitiu a Lula a disposição da Portugal Telecom em prosseguir os investimentos da operadora de telefonia móvel Vivo, e descartou a idéia de criação de uma grande operadora para países de língua portuguesa, um projeto que tem sido defendido nos últimos tempos.

Zeinal Bava reafirmou ao presidente brasileiro a disposição do grupo português continuar a investir no país, em telecomunicações e tecnologia. Setores que representam menos de 3% do Produto Interno Bruto do país e que, referiu, continuarão a crescer.

Nos últimos dez anos, a Portugal Telecom já investiu mais de 5,4 bilhões de euros (R$ 14,82 bilhões), sendo o maior investidor português no Brasil. Atualmente, a Portugal Telecom detém a Vivo em partes iguais com a Telefónica, sendo a maior operadora móvel do Hemisfério Sul.

Durante o encontro com Lula, Bava reforçou que o investimento da Portugal Telecom no Brasil é de longuíssimo prazo. "Estamos muito satisfeitos com o investimento que temos feito aqui", disse. "Vim dizer (…) que a Vivo vai honrar o que tem dito sobre investimentos e, eventualmente, a disposição para alguns projetos sociais, como a massificação da banda larga nas escolas, como temos feito em Portugal".

Neste âmbito, o presidente da Portugal Telecom pediu ao Governo brasileiro que reduza a carga fiscal sobre as comunicações eletrônicas, de modo a massificar o acesso à Internet de banda larga e a utilização da tecnologia 3G. "É possível colocar o Brasil na linha da frente do que se faz no mundo da Internet e banda larga, se tiver incentivo fiscal para os consumidores e estudantes. Criar tarifas diferentes para alunos e professores como fizemos em Portugal para massificar o acesso”, disse Bava.

A aposta do grupo português é bem sucedida, na avaliação dos responsáveis da PT. Num mundo em crise, "a recuperação econômica no Brasil deve chegar muito mais depressa que noutros mercados", disse. O que é fundamental para a estratégia do grupo que, presente em 14 países, quer, no período de três anos, fazer crescer a sua base de clientes de 72 milhões para 100 milhões e alargar para 66% o volume de negócios fora de Portugal.

Portugal, África e BrasilSobre a participação do Brasil na estratégia da PT para África, o grupo luso já não tem o entusiasmo de anos anteriores, quando chegou a avançar com a possibilidade de uma aliança com capitais brasileiros para operações conjuntas em países africanos, em particular nos de língua portuguesa, nos quais a Portugal Telecom já está há vários anos.

Questionado sobre o interesse da PT em procurar tais parcerias, Bava manifestou a possibilidade de elas serem avaliadas na área dos conteúdos para Internet, mas sobre telefonia fixa ou celular sugeriu que se os grupos que operam no Brasil quiserem entrar nos países africanos terão de o fazer por conta própria. "Nós já temos presença em África, que representa 20% das nossas receitas líquidas e temos parcerias locais fortes".

Ele ainda afirmou que a empresa está preparada para a concorrência com a Oi. "Estamos preparados para a competição da Oi – empresa de capitais brasileiros resultante da compra da Brasil Telecom pela ex-Telemar – em África", disse o presidente executivo da PT.

Na coletiva com os jornalistas, Bava destacou também os investimentos do grupo em Portugal e a uma pergunta sobre o interesse em investir em televisão aberta, numa referência à fracassada operação para compra da estação de televisão TVI, afirmou: " A PT vai sempre procurar mais e melhor. Não pedimos desculpa a ninguém por querermos estar na TV".

"Vamos inventar o futuro", disse Zeinal Bava, num discurso marcado pelo otimismo. Afinal, enfatizou, mesmo com crise "aumentamos os investimentos e não despedimos ninguém".

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