Portugal poderá abrir mais 69 mercados para 336 produtos, segundo Governo

Mundo Lusíada
Com Lusa

A ministra da Agricultura anunciou neste dia 10, no parlamento, que Portugal tem um potencial identificado de 69 novos mercados para 336 produtos, esclarecendo que a aposta passa pelos produtos onde o país tem excedentes de produção.

“Temos potencial identificado de 69 novos mercados para 336 produtos”, assegurou Maria do Céu Antunes, em resposta aos deputados, numa audição parlamentar conjunta com as comissões de Orçamento e Finanças e Agricultura e Mar.

A governante disse que o ministério trabalha com os negócios estrangeiros para “acrescentar valor” a este trabalho, precisando que a aposta tem que se focar nas áreas em que Portugal “tem uma capacidade excedentária de produção”.

Maria do Céu Antunes enalteceu o papel da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) na abertura de novos mercados, notando que este processo segue “rigorosos protocolos”.

A ministra da Agricultura lembrou também que, em cinco anos, foram abertos 69 novos mercados para 269 produtos, 16 dos quais na atual legislatura.

Só durante a pandemia de covid-19 foi aberta a possibilidade de exportação de 13 produtos para 10 países diferentes, avançou.

Apoio

A ministra da Agricultura anunciou ainda que o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020 já pagou três mil milhões de euros aos beneficiários e apresenta a maior taxa de execução do Portugal 2020.

“A taxa de compromisso é de 98% […] e já foram pagos aos beneficiários três mil milhões de euros. Temos a maior taxa de execução do Portugal 2020”, indicou Maria do Céu Antunes, em resposta aos deputados, após a segunda ronda de intervenções.

De acordo com o último boletim dos fundos da União Europeia com informação reportada até 30 de setembro, o Portugal 2020 (PT 2020) atingiu, até setembro, 53% de execução, destacando-se o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) dos Açores (77%), mas sete programas operacionais (PO) ainda estão abaixo dos 50%.

O PDR Continente, por seu turno, apresenta uma execução de 72%, enquanto o da Madeira está nos 56%.

No final da tabela figuram os programas operacionais Alentejo 2020 (34%), Centro 2020 (35%), Norte 2020 (38%) e Algarve 2020 (38%).

O Programa de Desenvolvimento Rural de Portugal foi aprovado na sequência de decisão de Comissão Europeia em dezembro de 2014 e visa o apoio às atividades do setor agrícola assentes numa gestão eficiente dos recursos.

Vinha

No próximo ano, vai ser lançado um aviso de 50 milhões de euros no âmbito do regime de apoio à reestruturação e reconversão da vinha (Vitis).

“Estamos já a preparar um aviso, que vai sair no próximo ano, para 50 milhões de euros e para podermos dar sequência ao trabalho fantástico de renovação das nossas vinhas”, anunciou Maria do Céu Antunes.

Este regime tem 73 milhões de euros previstos no Orçamento do Estado.

Conforme apontou a líder do Ministério da Agricultura, apesar do contexto pandêmico, o vinho é dos produtos que mais tem contribuído para equilibrar a balança comercial portuguesa.

A governante ressalvou que toda a vinha, incluindo nas regiões autônomas, pode abrir avisos, notando que foi opção do Governo Regional da Madeira não o fazer este ano, uma vez que está “a rever os cálculos do valor de apoio”.

As exportações de vinhos portugueses cresceram em agosto 8,3% em valor e 8,2% em volume face a igual mês de 2019, adiantou, em 16 de outubro, o Ministério da Agricultura, em comunicado, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Na mesma nota, a tutela referiu que “no acumulado do ano (de janeiro a agosto), registra-se um crescimento de 2,3% em valor e 3,4% em volume, em relação ao período homólogo”.

No que diz respeito aos principais mercados, em agosto, existiu uma “recuperação nas vendas para França e Brasil, com variações de +22,4% em valor e +16,8% em volume, no primeiro caso, e +67,2% em valor e +41,2% em volume, no caso do Brasil”, de acordo com o documento.

Analisando o acumulado do ano, registou-se “o crescimento das vendas para os EUA (+9,7% em valor e +16,9% em volume), Reino Unido (+11,2% em valor e +21,7% em volume) e Brasil (+14,3% em valor e +16% em volume), com variações em volume superiores a dois dígitos” em termos homólogos, segundo a mesma nota.

Apesar destes dados positivos, “o mercado francês (-5,1% em valor e -5,3% em volume) e o alemão (-0,3% em valor e -17,6% em volume) continuam a apresentar quebras” face aos primeiros oito meses do ano passado.

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