Portugal está “em pleno renascimento do turismo” – presidente

Mundo Lusíada com Lusa

O Presidente português considerou nesta sexta-feira que o país está em pleno renascimento do turismo, defendendo que o setor deve deixar as comparações com o passado e focar-se nas metas e transformações do futuro.

“É evidente que o futuro existe para o turismo e o turismo tem futuro. Já estamos em pleno renascimento do turismo. O problema já não é recuperar, como foi dito, é reconstruir”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa no 32.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que terminou em Albufeira.

O Chefe de Estado desvalorizou, por isso, as análises comparativas com o passado, exortando os muitos agentes do setor presentes no congresso da hotelaria e turismo a olharem para o futuro.

“Não interessa 2019. Eu ainda falo em 2019, mas por pouco tempo, porque não vale a pena comparar aquilo que passou, e passou definitivamente, com aquilo que estamos a construir”, justificou.

Marcelo Rebelo de Sousa acredita que se está “a construir [um turismo de futuro] num tempo diferente, num contexto diferente, com desafios diferentes”.

“É agradável chegar-se à conclusão que já ultrapassamos o investimento de 2019 ou que nos aproximamos de 2019 num ou noutro ponto, mas é muito mais importante olhar para as metas que nos esperam no futuro e para as transformações que nos esperam, umas conjunturais outras estruturais”, disse ainda.

E para que exista futuro, Marcelo Rebelo de Sousa evocou a tomada de decisão acerca do novo aeroporto de Lisboa, dizendo saber que o constrangimento em termos de infraestrutura de acesso aéreo na Grande Lisboa é um dos temas que preocupa o setor de “sobremaneira”.

O Presidente da República apelou, por isso, para a necessidade de um “consenso mínimo nacional” sobre o novo aeroporto de Lisboa, independentemente das escolhas dos portugueses que venham a sair das eleições, apelidando de “medíocre” adiar esta decisão.

“Foi falado [no congresso] o problema crucial da acessibilidade aérea na recuperação do turismo em Portugal. Não é um tema novo, antes da pandemia existia, continua a ser depois da pandemia. Desiludam-se os que pensavam que com a pandemia estava adiado ‘sine die’ […], que há todo o tempo do mundo para se definir uma posição sobre esta matéria. Não há todo o tempo do mundo. Se houver, quer dizer que se andou a perder tempo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Atualmente, em cima da mesa estão três hipóteses: aeroporto Humberto Delgado (principal), com o aeroporto do Montijo (complementar), aeroporto do Montijo (principal), com o aeroporto Humberto Delgado (complementar) e uma infraestrutura localizada no Campo de Tiro de Alcochete.

Em 18 de outubro, o Governo lançou um concurso público internacional para a realização da avaliação ambiental estratégica da futura solução aeroportuária de Lisboa.

Futuro

Também no evento, a secretária de Estado do Turismo considerou que “sem turismo não há futuro” e que este setor deve ser “motor e farol da economia” para outros setores de atividade.

“O turismo tinha, tem e terá futuro. Diria mais, que sem turismo não há futuro. A razão pelo que estou convencida que sem turismo não há futuro tem a ver com o seguinte: o senhor presidente da Confederação do Turismo de Portugal dizia [quinta-feira] que as vozes do turismo precisam ser ouvidas e é bem verdade. Mas, queria aqui sublinhar que as vozes do turismo são as vozes dos privados e públicos porque estas vozes são conhecimento”, afirmou Rita Marques.

A governante sublinhou o fato de “muito poucos setores de atividade” terem, como o turismo, “um plano estratégico desenhado a duas mãos, de públicos e privados”.

“Ao longo dos tempos tem havido uma política continuada, sustentada, sempre a apontar o futuro (…) e, portanto, penso que esta parceria público-privada pode ser mais do que, enfim, um motor da economia, pode ser o motor e farol para outros setores de atividades”, reforçou.

“Continuaremos a trabalhar nesta lógica que alavanca muita esperança, numa parceria frutuosa, uma parceria público-privada no sentido de garantir que muito em breve Portugal continuará o seu caminho de crescimento, sempre inclusivo e com um propósito”, acrescentou Rita Marques.

Apesar de querer, como a maioria dos presentes no congresso da hotelaria e turismo, olhar para o futuro, a governante recordou “o quão difícil foram estes 20 meses” de pandemia também para o turismo, um dos mais afetados pelos impactos da covid-19, recordando alguns números, nomeadamente o fato de o nível de dormidas ter recuado a 1994 ou o nível de receitas ter recuado a 2011.

“Os próprios dados financeiros das nossas empresas mostram bem o impacto desta pandemia. Estamos a falar de resultados líquidos negativos na ordem dos 1,4 mil milhões de euros quando em comparação com 2019 tínhamos uma situação fortemente positiva de cerca de 900 milhões de euros”, lembrou.

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