Portugal ‘empurra’ 6,64 bilhões de dívida para 2017 e 2018

Da Redação
Com Lusa

Logo_dinheiro-money-dolarPortugal conseguiu ‘empurrar’ para 2017 e 2018 cerca de 6,64 bilhões de euros de dívida que tinha de pagar originalmente em 2014 e 2015, numa operação de troca de dívida realizada pelo IGCP em 03 de dezembro.

A Agência para a Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP recomprou 837 milhões de euros da linha de obrigações que vencia em junho do próximo ano e 1,64 bilhões de euros da dívida que vencia em outubro do próximo ano, num total de cerca de 2,5 bilhões de euros.

Da linha de obrigações que vencia em outubro de 2015 foram recomprados 4,16 bilhões de euros.

Em troca, o Governo colocou 2,68 bilhões de euros na linha de obrigações que vence em outubro de 2017, e mais 3,97 bilhões de euros na linha que vence em junho de 2018.

Portugal tinha cerca de 27 bilhões de euros para pagar em 2014 e 2015 só em dívida de médio e longo prazo, e acaba por reduzir para menos de 21 bilhões de euros.

Com esta operação, no próximo ano, quando termina o atual programa de resgate da ‘troika’ e se espera que Portugal regresse aos mercados para financiar a dívida de médio e longo prazo de forma mais assídua, depois de duas operações realizadas este ano em que testou os mercados, Portugal fica com menos cerca de dois bilhões de euros para pagar.

Em 2015 a carga estava concentrada num único mês e é reduzida em cerca de quatro bilhões de euros, o que permite reduzir o pagamento da linha de obrigações que existia para menos de 10 bilhões de euros, ao contrário dos 13,4 bilhões que estavam previstos.

Num primeiro comentário ao leilão, o diretor da Gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva, considera que a operação correu “muito bem” e que esta vai permitir descer ainda de forma significativa os montantes que teriam de ser amortizados nos próximos dois anos.

“Foi uma boa operação. À partida pode parecer que face aos 27 mil milhões a quantidade trocada é baixa, mas não podemos relativizar. Portugal alivia os pagamentos para 2014 em dois mil milhões de euros e alivia os pagamentos para 2015 em mais de quatro mil milhões. Ao todo são 6,6 mil milhões de euros que são ‘adiados’ para 2017 e 2018, sendo que a maturidade na qual houve maior percentagem de troca foi na que vencia em 2015. Para conseguir mais de seis mil milhões de euros, sem esta operação de troca, teríamos que fazer o equivalente a seis leilões, atendendo à média dos montantes habituais”, afirmou

O responsável do Carregosa considera também que aceitar trocar a dívida por mais dois anos é “um bom sinal para a percepção de risco da dívida portuguesa”.

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