Portugal aprova processo de privatização de até 66% da TAP e grupo espanhol “aplaude”

Mundo Lusíada
Com Lusa

TAP-AirPortugal_logoO Governo português aprovou em 13 de novembro um processo de privatização da TAP, pela alienação de ações representativas de até 66% do capital social da TAP SGPS (61% na modalidade de venda direta de referência, a um ou mais investidores nacionais ou estrangeiros, e 5% por aquisição por parte dos trabalhadores).

O comunicado do Conselho de Ministros refere que “o processo de reprivatização do capital social da TAP será efetuado pela alienação de ações representativas de até 66% do capital social da TAP – SGPS, S.A.”.

O grupo espanhol Globalia reiterou o interesse na compra da TAP, considerando positiva a decisão do Governo português de privatizar até 66% da companhia aérea, uma vez que permite ao comprador uma posição de controle.

“Aplaudimos a decisão” afirmou fonte oficial da Globalia à Lusa, considerando “mais positiva” esta opção do que a venda de 49% da companhia aérea, uma vez que “permite ao comprador ter uma posição de controle”. O grupo espanhol vai “estudar o processo, as ‘letras pequenas’” e “ver o que se passa com a dívida” da transportadora. O grupo espanhol, dono da Air Europa, foi até 2008 sócio da companhia aérea no negócio do ‘handling’ (assistência em terra nos aeroportos).

Além do grupo espanhol Globalia, têm sido apontados como interessados na compra da TAP o empresário português Miguel Pais do Amaral, com o antigo dono da Continental Airlines, Frank Lorenzo, o empresário Gérman Efromovich e a companhia brasileira Azul.

Contactado pela Lusa, o empresário Miguel Pais do Amaral disse que vai analisar com o consórcio financeiro a privatização de 66% da TAP e lembrou que o projeto que tinha para a companhia aérea era sobre 100% da empresa.

O ministro da Economia, António Pires de Lima, disse acreditar que este processo poderá estar concluído no final do primeiro trimestre de 2015 ou no início do segundo trimestre.

Oposição
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusou o Governo de avançar com a privatização da TAP no “pior tempo” e com a “pior desculpa” possível.

“Nenhuma privatização aconteceu em tão pior tempo e com tão pior desculpa. Em tão pior tempo, porque num momento em que o país está a viver a desgraça da PT, a desgraça de deixar que o interesse acionista mandasse e que o interesse público não valesse nada”, sustentou.

Catarina Martins considerou que “este é o Governo que já privatizou quase tudo o que havia para privatizar”. “O Estado já não tem capacidade de responder aos seus interesses estratégicos em quase área nenhuma. E agora querem privatizar o pouco que falta”, disse, apontando os casos da EMEF da CP Carga e da TAP.

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