Política Externa: Portugal abre representações diplomáticas em seis países

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete na abertura do Seminário Diplomático "Projetar Portugal", promovido pelo Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros, no Museu do Oriente em Lisboa. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete na abertura do Seminário Diplomático “Projetar Portugal”, promovido pelo Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros, no Museu do Oriente em Lisboa. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Mundo Lusíada
Com agencias

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, anunciou em 06 de janeiro a abertura de embaixadas e representações diplomáticas em seis países, incluindo na Guiné Equatorial, que aderiu no ano passado à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“Neste ano, apostaremos na estabilização da rede diplomática e consular, com moderação e racionalização de meios, e voltaremos novamente a expandir a presença da diplomacia portuguesa em diversos pontos do globo e em vários continentes – através da abertura de embaixadas no Panamá e em Astana [Cazaquistão] e da extensão da nossa presença a Baku [Azerbaidjão], Nairóbi [Quênia] e Malabo [Guiné Equatorial]”, afirmou Rui Machete, na abertura do seminário diplomático, que reúne até quarta-feira, em Lisboa, diplomatas e membros do Governo para discutir as prioridades da política externa portuguesa.

O ministro confirmou ainda a criação de um novo consulado na província administrativa de Cantão, no sul da China, uma informação que já adiantara numa audição parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2015.

Reiterando que a “diplomacia econômica constitui uma aposta” do Governo, o chefe da diplomacia portuguesa anunciou que a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal “vai alargar a presença a 12 novos mercados” e destacou que a rede externa tem realizado ações de natureza comercial e negociado convenções na área econômica, “por forma a assegurar a competitividade fiscal e a capacidade de atração de investimento estrangeiro”.

Sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro, Rui Machete afirmou que “a mobilidade dos cidadãos assume-se hoje como elemento estruturante de uma nova realidade econômica e social, à qual a rede externa do ministério não pode ficar indiferente e se deve adaptar, enquadrando-a nos interesses específicos da política externa portuguesa”.

O ministro elencou medidas que pretendem garantir uma maior proximidade com as comunidades portuguesas, como a criação que novas permanências consulares, a avaliação e certificação das aprendizagens no ensino de português no estrangeiro e parcerias nas áreas cultural e social com estruturas associativas, além do alargamento da rede dos gabinetes de apoio ao emigrante.

“São medidas decisivas na consolidação de políticas externas de apoio social e de reforço da ação cultural, num momento em que o fenômeno migratório ganha maior significado social”, disse Rui Machete, prometendo que em 2015 o Governo continuará a procurar melhorar o atendimento consular, “resolvendo alguns problemas pontuais que ainda subsistem – quer através do reforço de recursos humanos, quer através da requalificação tecnológica dos postos”.

Embaixadores no Seminário
O antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso foi o orador convidado na abertura do seminário diplomático, uma iniciativa anual do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que proporciona o encontro dos Embaixadores de Portugal com membros do Governo e representantes da administração pública, das universidades, da comunidade empresarial e diversos setores estratégicos para analisar e refletir sobre os mais relevantes temas de interesse para a política externa portuguesa.

Participaram do evento ainda o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, a ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e o ministro da Economia, António Pires de Lima, além de secretários de Estado e responsáveis de organismos.

Ao longo do dia, os diplomatas participam em sessões sobre crescimento verde e criação do emprego, com Rui Machete e Moreira da Silva, Mudanças no Turismo com o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim Figueiredo, sobre energia e a Plataforma 560.pt com Carlos Moedas, comissário europeu para a Investigação, Inovação e Ciência, além de debate sobre investimentos com o ministro Pires de Lima.

Na quarta, o seminário no Palácio das Necessidades trata das políticas para as comunidades portuguesas, com o secretário José Cesário, e debates sobre os diferentes grupos regionais. Depois o grupo segue para almoço presidido pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Ao final do dia, os embaixadores deslocam-se a Belém para uma sessão de cumprimentos e audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva.

Durante o seminário, com o objetivo de reforçar o conhecimento dos Vinhos de Portugal a ViniPortugal realizou uma apresentação sobre estratégia da marca, além da prova comentada sobre as principais castas e os vinhos portugueses colocados em degustação no almoço, em harmonização com o menu gastronômico.

À semelhança dos anos anteriores, a ViniPortugal associa-se a este encontro, que reúne cerca de 130 Embaixadores, Cônsules e Delegados do AICEP, com o propósito de promover a qualidade do vinho português junto do corpo diplomático, “importantes individualidades que representam Portugal em várias partes do mundo e desempenham um papel influente na divulgação do melhor de Portugal”.

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