Poder de compra de casas em Portugal deve piorar nos próximos dois anos

Da Redação
Com Lusa

A agência de notação financeira Fitch defendeu que o poder para comprar casa em Portugal vai agravar-se moderadamente nos próximos dois anos, de acordo com um relatório divulgado dia 15.

“Esperamos que o poder para comprar casa [‘housing affordability’] seja desafiante para os compradores em Lisboa e no Porto, onde os preços das casas estão a crescer rapidamente”, indica Juan David Garcia, diretor sénior da Fitch Ratings, no relatório sobre o mercado imobiliário.

“Esperamos que a capacidade para comprar casa em termos nacionais se agrave apenas moderadamente nos próximos dois anos”, refere o especialista, acrescentando que, nas grandes cidades, a capacidade de deter uma casa vai enfraquecer em maior medida, pelo fato de os salários estarem a crescer a um ritmo menor do que os preços das casas.

Além disso, a Fitch indica que também a contribuir para este cenário nas grandes cidades estão os compradores estrangeiros com muito capital disponível e a oferta limitada de casas novas.

A agência de notação financeira recorda que os preços das casas em Lisboa e no Porto aumentaram 20%-22% no segundo trimestre de 2018, face ao mesmo período do ano anterior, mais do dobro do crescimento de preços das casas a nível nacional (9%) no mesmo período.

No mesmo relatório, a Fitch antecipa que o rácio de crédito vencido sobre o total de empréstimos para compra de casa nos bancos estabilize em cerca de 5%, face ao pico de 7% em 2014.

“A Fitch espera que o saldo dos empréstimos para compra de casa estabilize em 2018 antes de crescer nos próximos dois a três anos, revertendo a contração de sete anos desde 2011”, lê-se no relatório.

Já para a Europa, no seu conjunto, a Fitch antecipa que o aumento dos preços das casas abrande na maioria dos países, à medida que a capacidade para comprar casa diminui e o crescimento econômico abranda.

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