Perto de 9% dos imóveis transacionados em Portugal em 2019 foram vendidos a não residentes

Da Redação
Com Lusa

Perto de 9% dos imóveis transacionados em Portugal foram vendidos a não residentes, correspondendo a 13,3% do valor total transacionado (8,2% e 13,0%, respectivamente, em 2018).

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), depois dos acréscimos “expressivos” tanto em número como em valor nos anos anteriores (14,5% e 19,2% em número e 22,2% e 22,6% em valor, respetivamente em 2018 e 2017), em 2019 o número de imóveis adquiridos por não residentes diminuiu 2%, tendo aumentado 1% em valor.

O valor médio dos prédios vendidos a não residentes, por sua vez, situou-se em 176.429 euros (mais 3,1% face a 2018).

“Este valor é 57% superior ao valor médio das transações totais, uma diferença semelhante à que se verificou em 2018”, sinaliza.

Tal como no ano anterior, foram os residentes em França que mais imóveis adquiriram em Portugal (18,1% do valor total dos imóveis adquiridos por não residentes), seguidos pelos residentes no Reino Unido (17,3%).

Entre os principais países de residência dos compradores não residentes, o INE sinaliza a China, cujo valor médio dos imóveis adquiridos por residentes neste país (373.071 euros) foi mais do dobro do valor médio total dos imóveis vendidos a residentes no estrangeiro.

O valor médio dos imóveis adquiridos por não residentes por preço igual ou superior a 500.000 euros atingiu 923.016 euros, aumentando 3,2% face a 2018.

O Algarve ultrapassou a Área Metropolitana de Lisboa, tendo representado 37,7% do valor das aquisições por não residentes (35,8% na Área Metropolitana de Lisboa), em resultado das variações respectivas de +6,1% e -8,5%, face a 2018.

A informação divulgada pelo INE relativos às aquisições de imóveis por compradores não residentes em Portugal baseia-se exclusivamente em fontes de natureza administrativa, nomeadamente proveniente dos registos e notariado, e recolhida pela Direção-Geral da Política de Justiça do Ministério da Justiça.

Segundo os dados do INE, em 2019, o número de imóveis transacionados em Portugal diminuiu 4,7% (+6,8% em 2018), tendo o seu valor total decrescido ligeiramente (-0,7%; +7,5% em 2018).

O valor médio dos imóveis transacionados em 2019 aumentou 4,1% face a 2018 (+0,6% no ano anterior), passando de 108,0 mil euros para 112,5 mil euros.

Estas variações deveram-se fundamentalmente às transações de prédios urbanos em propriedade horizontal, que, no total, diminuíram 7,4% em número e 2,0% em valor.

No que respeita ao valor médio, este tipo de imóveis também se destacou com um acréscimo de 5,9% face ao valor médio em 2018, refere o INE.

Preços

Os preços da habitação aumentaram 7,8% em termos homólogos no segundo trimestre, menos 2,5 pontos percentuais que no trimestre anterior e a variação mais baixa desde o quarto trimestre de 2016, devido à pandemia, divulgou o INE.

“A taxa de variação obtida é a mais baixa desde o quarto trimestre de 2016 e foi influenciada pelo contexto da pandemia covid-19”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No segundo trimestre, a taxa de variação dos preços das habitações existentes foi 8,2%, acima da observada nas habitações novas (6,0%).

Em relação ao trimestre anterior, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 0,8% (4,9% no primeiro trimestre de 2020), tendo o crescimento dos preços das habitações novas (1,2%) superado o das habitações existentes (0,7%).

Entre abril e junho de 2020 transacionaram-se 33.398 alojamentos (-21,6% face ao período homólogo), no valor de 5,1 mil milhões de euros (-15,2%), considerando o INE que “o desempenho do mercado imobiliário […] parece ter acompanhado a evolução das restrições impostas no contexto da pandemia covid-19”.

“No trimestre em análise, abril, período durante o qual vigorou o estado de emergência, foi o mês em que se observou a maior contração, em termos homólogos, do número de transações (variação de -35,2%). Nos meses de maio e junho, com o início do desconfinamento, as reduções foram menos expressivas, observando-se taxas de -22,0% e -7,6%, respectivamente”, nota.

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