No Rio, Mostra portuguesa revela “oportunidades únicas” num cenário de crise

Por Igor Lopes
Do Rio para Mundo Lusíada

Nuno bello, cônsul português no Rio, Paulo Elísio, Presidente da Câmara de comércio e indústria do Rio, José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, e Antônio costa, presidente da Câmara municipal de Lisboa, e o presidente da Consultam. Foto Igor Lopes

 

Centenas de pessoas visitaram a primeira Mostra do Imobiliário de Portugal no Rio de Janeiro. O evento, que aconteceu entre os dias 6 e 9 de dezembro, no Palácio São Clemente, sede do Consulado de Portugal, na Zona Sul do Rio, reuniu empresários, autoridades portuguesas e brasileiras e potenciais investidores. Nos stands que participaram do certame, era possível encontrar desde mansões, por preços que ultrapassavam milhões de Euros, a residências mais modestas, pela quantia de 40 mil Euros. E com vantagens. No local havia dois bancos portugueses que ofereciam financiamento. A Mostra teve como objetivo apresentar oportunidades de negócios em meio ao desaquecimento da economia lusitana.

Segundo a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio, cerca de 800 pessoas visitaram a Mostra, que foi organizada em parceria com as empresas Consultan e a WL Partners. Marcaram presença o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Antônio Costa, o presidente do Instituto dos Registros e do Notariado de Portugal, Antônio Figueiredo, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, a presidente da Câmara Municipal de Caminha, Júlia Paula Costa, e o Cônsul-Geral de Portugal no Rio, Nuno Bello. A exposição contou com a participação dos principais promotores e grupos imobiliários portugueses e teve apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, da Embaixada de Portugal no Brasil, do Turismo de Portugal e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

De acordo com Paulo Elísio, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio, a Mostra serviu para atestar que, em Portugal, é possível fazer bons negócios.

“O evento foi uma demonstração da coragem de Portugal, que, ousando como sempre, está entrando no Brasil para mostrar a qualidade de seus imóveis e de seus projetos. Os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer as variadas opções de investimento, aliando um bom negócio à oportunidade de viver no país”, afirmou Paulo Elísio.

O presidente da Câmara Portuguesa no Rio destacou que, “além dos valores atraentes, as baixas taxas de financiamento, a facilidade da língua e a proximidade cultural, há ainda outros fatores que justificam o aumento do interesse do brasileiro em investir no mercado imobiliário de Portugal, como a infraestrutura moderna, serviços eficientes, segurança, opções de entretenimento, bom clima, riqueza histórica, culinária de qualidade, praias, campos de golfe”, entre outros.

Segundo José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o evento ajuda a promover a nova imagem de Portugal. “Essa iniciativa contribui para a imagem de um Portugal moderno, aquela imagem que queremos passar. Esta Mostra, sendo feita por entidades de grande credibilidade, dá garantias às pessoas de que o que estão a comprar é efetivamente bom e que não tem riscos nenhuns”, comenta Cesário, que admite que essa aposta no setor imobiliário é “estratégica”.

Por seu turno, o cônsul-geral de Portugal no Rio, Nuno Bello, adiantou que o que se pretende com essa iniciativa é captar investimentos para o seu país de origem.

“O objetivo central desta Mostra é a atração de investimentos estrangeiros para Portugal. Entendo que é uma das minhas principais obrigações atualmente, que é fazer a chamada diplomacia econômica, e tenho que estar agradecido aos promotores desta iniciativa privada, mas, também, da Câmara de Comércio, que estão dando essa oportunidade de eu poder colocar em prática uma ação concreta nesta casa (sede do consulado), que deve ser usada para promover tudo que Portugal tem de bom e esta Mostra é uma prova disso”, avalia o diplomata.

Na opinião do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Antônio Costa, a participação do governo da capital portuguesa na Mostra atesta que a cidade lisboeta é um bom local de investimento no continente europeu.

“Estamos aqui para mostrar o valor acrescentado da cidade de Lisboa como porta de entrada para a Europa. Um pouco do Brasil ficou do lado de lá do Atlântico e é preciso que os brasileiros vão conhecer e buscar o que é seu. Queremos que os brasileiros se sintam em casa, assim como nós nos sentimos em casa aqui no Brasil”, conta o autarca, que sublinha que Lisboa tem um mercado imobiliário “com boas ofertas e de boa qualidade”.

“Lisboa é uma oportunidade única para se entrar no mercado da União Europeia, o que é uma mais valia para quem for investir”, sublinhou esse presidente de Câmara, que se esquivou de responder qual zona de Lisboa acha melhor para se viver. “Não posso indicar nenhuma zona de Lisboa, pois todas são boas”, finalizou, sorridente, Antônio Costa.

Arnaldo Grossman, presidente do grupo Consultan, chama a atenção para os preços praticados no país atualmente, já que, segundo ele, “em poucos anos, o estoque de qualidade virá a desaparecer, e aí sim, os preços começarão a subir por falta de oferta de novos produtos”.

Segundo pessoas ligadas ao evento, a organização esperava fazer negócios na ordem dos 50 milhões de Euros. Embora não haja dados oficiais sobre o resultado da Mostra, sabe-se que “houve muita procura por parte de pessoas interessadas em comprar imóveis em Portugal, mas os contatos prosseguem”, informou fonte do evento.

Segurança e legalidade

Para assegurar aos investidores brasileiros a legalidade das transações, o certame recebeu um stand do Instituto dos Registros e do Notariado de Portugal (IRN). A proposta é simples. Quando um potencial comprador se interessa por um imóvel em Portugal, o IRN acessa um banco de dados que reúne todos os imóveis cadastrados no país luso. Assim, é possível visualizar o nome do proprietário e a situação de encargos do imóvel. Tudo isso através da Internet, em tempo real e com informações atualizadas.

“As pessoas, quando compram, querem comprar da pessoa certa, do dono, e querem comprar sem ônus e sem encargos. A solução do instituto é dar informação jurídica sobre a situação dos imóveis por forma que quem compre tenha segurança, que compre do verdadeiro dono e que o imóvel não tenha ônus”, afirma Antônio Figueiredo, presidente do Instituto, que é vinculado ao Ministério da Justiça de Portugal.

Para este responsável, a importância do trabalho do IRN na Mostra foi “dar fiabilidade, credibilidade e segurança jurídica ao evento”.

Residências em todo o país

A Mostra trouxe ao Rio mais de mil ofertas de imóveis localizados de Norte a Sul de Portugal, com preços a partir de 150 mil Euros. Estiveram em exposição residências das regiões mais representativas de Portugal, como Minho, Porto, Aveiro, Óbidos, Torres Vedras, Cascais, Sintra, Estoril, Lisboa, Tróia, Comporta, Alqueva, Alentejo e Algarve.

A organização do evento sublinhou que o intuito da Mostra foi aproximar os agentes das diversas áreas do setor imobiliário dos dois países e estimular o mercado português, além de mostrar as novas tendências e conceitos de negócio, informando melhor quem quer comprar ou investir e dando origem a transações mais sustentadas e sólidas. Seguindo a lei portuguesa, quem comprar um imóvel por lá, no valor igual ou superior a 500 mil Euros (cerca de 1 milhão 300 mil Reais), poderá obter uma autorização de residência temporária, que permite a livre circulação no espaço europeu.

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