“Não há motivos para euforia” quando 15% dos portugueses não têm emprego, diz ministro

Ministro português da Economia, António Pires de Lima.
Ministro português da Economia, António Pires de Lima.

Mundo Lusíada
Com agencias

A economia portuguesa caiu 1,4% no conjunto de 2013, mas registrou um crescimento homólogo de 1,6% no último trimestre do ano, de acordo com os números do Instituto Nacional de Estatística (INE).
O ministro da Economia avisou que “não há razões para euforias”, apesar dos indicadores econômicos, porque o desemprego “continua muito alto”.
Em Braga, para um seminário dedicado à Inovação, Emprego e Crescimento, Pires de Lima afirmou ainda que Portugal vai sair “sempre” de uma “forma limpa” do programa de ajustamento a que está sujeito desde 2011, seja com uma saída à Irlandesa ou com recurso a um programa cautelar.
O governante salientou também que a economia portuguesa atingiu o segundo maior crescimento da União Europeia, ao registrar um crescimento “em cadeia” de 0,5% e de “pela primeira vez em muitos trimestres” ter crescido de “forma homóloga”, crescimento este que foi de 1.6%.
“Não há razões para estarmos eufóricos. O desemprego continua muito alto e o esforço que os portugueses estão a fazer é muito assinalável para cumprirem com este programa de ajustamento económico e financeiro”, avisou.
No entanto, o governante considerou que os indicadores revelados pelo INE “vêm confirmar a trajetória positiva da economia portuguesa”, alertando, ainda assim, que os dados têm que se “confirmar, ainda, em 2014 e 2015”, pelo que “ainda há muito trabalho a fazer”.
Questionado sobre se aqueles indicadores são também indicativos de uma “saída limpa” do programa de ajuda financeira da ‘troika’, o ministro assegurou que sim.
“Portugal vai sair sempre de uma forma limpa. Seja através de uma saída à Irlandesa ou através do recurso a uma linha de crédito”, garantiu. Até porque, apontou, “quanto mais forte for o crescimento” da economia portuguesa “maior é a confiança” por parte dos credores internacionais. “E isso tem tido tradução nas emissões de dívida que Portugal tem feito”, concluiu.
Sublinhando “o saldo positivo da balança externa, o aumento das exportações e a atração de investimento”, o Ministro referiu que 2014 “será o ano em que Portugal vai pôr de lado o fantasma da espiral recessiva”.

Ministro da Economia vaiado

O ministro da Economia foi, na tarde de 14 de fevereiro, vaiado em Braga por cerca de duas dezenas de manifestantes, entre sindicalistas e funcionários da Moviflor, que pediram a demissão do Governo e protestaram contra os salários em atraso na empresa.
Na capital do Minho para um seminário dedicado à Inovação, Crescimento, e Emprego, Pires de Lima foi recebido por um grupo de funcionários da Moviflor em representação dos cerca de 800 funcionários da empresa que se encontra submetida a um plano de recuperação econômica e a efetuar um despedimento coletivo.
“Estes trabalhadores têm já quatro ou cinco salários em atraso por causa de um plano de recuperação que é um plano de coisa nenhuma”, explicou à Lusa o dirigente do Sindicato de Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, Manuel de Carvalho.
Empenhando faixas e bandeiras da CGTP, os manifestantes vaiaram o governante e exigiram a demissão do Governo.

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