Montalegre quer receber a 6ª edição do Encontro de Investidores da Diáspora

Mundo Lusíada
Com Lusa

O 6º Encontro de Investidores da Diáspora acontece em Montalegre, presumivelmente em 2022, depois do repto lançado pelo presidente da câmara local, que foi aceite pela secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.
O autarca de Montalegre, no distrito de Vila Real, Orlando Alves, desafiou a governante a realizar, naquela localidade, uma edição do Encontro de Investidores da Diáspora, durante a assinatura de protocolos relativos à criação dos Gabinetes de Apoio aos Emigrantes (GAE) do Alto Tâmega e Barroso.
Berta Nunes explicou que a 5.ª edição do evento vai decorrer em julho de 2021 no município de Ourém, no distrito de Santarém, mas concordou que a próxima edição se realize em Trás-os-Montes.
O presidente da Câmara de Montalegre considerou “muito importante” que aquele evento seja realizado “numa terra no interior do país”.
“Iremos realizar aqui o congresso com a pompa que merece”, garantiu Orlando Alves.
O autarca confessou ainda a “satisfação muito grande” por poder receber “gente a discutir e a pensar”.
“É do pensamento e discussão que sai a luz e do cruzamento de ideias é que sai o investimento”, apontou.
A quinta edição do Encontro de Investidores da Diáspora está prevista para Fátima, no concelho de Ourém, no Centro Pastoral Paulo VI, em julho de 2021.
Os Encontros de Investidores da Diáspora, que se realizam anualmente desde 2016, visam disponibilizar aos empresários portugueses no estrangeiro o acesso a informação sobre as políticas públicas de apoio ao investimento existentes em Portugal e facilitar a criação de redes de contacto e de parcerias com os empresários que aqui exercem a sua atividade.

Marca do investidor
Segundo a secretária de Estado das Comunidades, a criação da marca ‘investidor da diáspora’ e o ‘estatuto do investidor’ são importantes para “dar visibilidade” e apoiar os emigrantes portugueses que apostam no seu país de origem.
“Temos duas novidades importantes, uma para dar visibilidade ao investimento que já existe [marca ‘investidor da diáspora’] e outra para dar mais incentivo a novos investimentos [‘estatuto do investidor’]”, explicou Berta Nunes.
“Quando às vezes passamos num investimento da diáspora, não sabemos que aquela pessoa é um emigrante que trabalhou muitos anos e depois investiu na economia local”, realçou.
O objetivo é também que a opinião pública em Portugal perceba que o emigrante não se limita a enviar remessas para o seu país de origem, mas que também investe, acrescentou.
Será também criado o estatuto de ‘investidor da diáspora’ que permita aos emigrantes beneficiarem de apoios ao investimento.
“Estamos a trabalhar com o Ministério da Coesão [Territorial] e com a secretaria de Estado da Valorização do Interior para poder haver avisos dedicados a investidores da diáspora, poder haver majorações nas candidaturas para o investidor da diáspora, que é outra forma de atrairmos os nossos investidores, e não só incentivar a investir, mas dar um apoio adicional, pelo seu esforço, que bem merecem”, sublinhou.
Berta Nunes lembrou ainda que a pandemia de covid-19 pode ser também uma “oportunidade” para alguns emigrantes que estão “em situações mais complicadas” e até “já tinham a ideia de voltar a Portugal”.
“Em alguns diálogos que temos tido com as comunidades, num deles foi-nos dito que há um pouco esse sentimento, e uma das expressões que utilizaram é que crise por crise vamos viver a crise no nosso país”, referiu.
A secretária de Estado das Comunidades Portugueses frisou ainda que alguns dos instrumentos do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID) “podem ser úteis para orientar o investimento e até para a criação do próprio emprego”.
Nesta sexta-feira, as autarquias de Montalegre, Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena assinaram a adenda ao protocolo já existente, por já terem também aceitado a transferência de novas competências para as autarquias locais por parte do Estado.
Berta Nunes explicou que esta adenda, entre outras medidas vai acrescentar formação para os técnicos que trabalham nos GAE, de forma a “poderem orientar quem quer investir ou quem quer exportar, no caso das empresas e produtores locais”.
“O que estamos a acrescentar vem em bom momento porque na verdade provavelmente muitos emigrantes vão aproveitar a oportunidade para regressar a casa”, atirou.

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