Ministro da Economia poderá se demitir do Governo português

Álvaro Santos Pereira está descontente com a transferência para o Ministério das Finanças do QREN, o plano de gestão dos fundos de apoio da União Europeia.

Da Redação
Com Portugal Digital

O ministro português da Economia, Álvaro Pereira. Foto: Ígor Lopes

A tensão que tem crescido dentro do Governo devido à tutela de várias pastas entre o Ministério da Economia e o Ministério das Finanças poderá levar à demissão do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira. O jornal “i” revela que Santos Pereira ameaçou demitir-se na quinta-feira dia 1, durante a reunião do Conselho de Ministros, em desacordo com a transferência para as Finanças da gestão dos fundos do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

 

Segundo fontes próximas do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira tem manifestado que o seu abandono do Governo poderá decorrer já nos próximos dias, antes do Congresso do PSD marcado para o final deste mês.

O jornal “i” lembra que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, apresentou no último Conselho de Ministros uma proposta de resolução para suspender durante 30 dias todas as candidaturas ao QREN, prevendo também a reprogramação das verbas. De caminho, a proposta entrega às Finanças o poder de supervisão sobre a gestão dos fundos.

A situação está causando divergências no Executivo. O QREN é há vários anos gerido pelo Ministério da Economia. E vários ministros terão mostrado vontade de que assim continue. Mas não o das Finanças nem o dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que, segundo a imprensa portuguesa, se mostrou favorável às ideias de Vítor Gaspar. Este último tem também a seu lado o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Durante uma visita a Manteigas, Vítor Gaspar tentou esvaziar a polêmica, negando “qualquer clivagem no governo”, já depois de ter ouvido Passos Coelho – na conferência de imprensa da noite de sábado em que foi reeleito líder do PSD com 95% dos votos – colocar-se publicamente ao seu lado na questão do QREN.

O QREN é o programa nacional que faz a gestão dos fundos da União Europeia, para afetar as verbas comunitárias aos vários setores de atividade, gerindo as candidaturas das instituições públicas e privadas a essas fontes de financiamento.

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