Lula recebe Durão Barroso na IV Cúpula Brasil-União Europeia

Mundo Lusíada Com agencias

Wilson Dias/ABr

>> Os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, durante a 4ª Reunião de Cúpula da Parceria Estratégica entre o Brasil e a UE.

A União Europeia e o Brasil lançaram, dia 13 de julho em Brasília, no âmbito da IV Cimeira UE-Brasil, o conceito de parceria triangular de cooperação com os países de língua portuguesa. O anúncio desta parceria foi uma das novidades da cimeira, que reuniu o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Este quarto encontro de alto nível entre a União Euopeia e Brasil foi o último a contar com a presença de Lula da Silva que, há três anos em Lisboa, lançou juntamente com Durão Barroso e o primeiro ministro português, José Sócrates, a parceria estratégica UE-Brasil, uma das "bandeiras" da presidência portuguesa do bloco europeu, no segundo semestre de 2007.

Além da "cooperação triangular", europeus e brasileiros discutiram outros temas, tanto globais – como o combate às alterações climáticas, G20 e a crise econômica – como regionais e bilaterais, entre os quais o relançamento das negociações UE-Mercosul e a execução do programa de ação UE-Brasil, lançado em 2008 no Rio de Janeiro, um ano depois do lançamento da parceria estratégica.

Durante o encontro do presidente brasileiro, com o presidente da Comissão Europeia, em Brasília, foi assinado ainda acordos no setor da aviação e produção de bioenergia. Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, o presidente Lula e as autoridades comunitárias trataram de temas de interesse comum da agenda internacional, como a mudança do clima, o desarmamento, a reforma das instituições financeiras internacionais e a Rodada de Doha da OMC.

O intercâmbio comercial entre o Brasil e a UE elevou-se de US$ 29,1 bilhões, em 2002, para US$ 82,6 bilhões, em 2008, o que correspondeu a um aumento de 184 %. "Apesar do fluxo de comércio haver recuado 23% em 2009, em razão dos efeitos da crise financeira internacional, as trocas entre o Brasil e a União Europeia já cresceram 27% no primeiro semestre de 2010, evidenciando tendência de retomada do ritmo de crescimento", nota o MRE. Em 2008, os países da UE destinaram US$ 21,1 bilhões ao Brasil na forma de investimentos estrangeiros diretos, o que representou 48% do total de investimentos recebidos pelo Brasil naquele ano.

Empresários brasileiros e europeus Além da agenda política, Lula, Durão Barroso e Rompuy também participaram do IV Encontro Empresarial Brasil-União Europeia. Nele, empresários brasileiros e europeus entregaram uma declaração conjunta ao três líderes, com propostas para ampliar os investimentos e o comércio entre os dois mercados.

O evento foi aberto pelo presidente em exercício da CNI – Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, e pelos presidentes da Associação Industrial Portuguesa (AIP), Jorge Rocha de Matos, e da Federação da Indústria Automobilística da Bélgica, Pierre-Alain De Smedt.

Quatro painéis de discussões tiveram a participação, entre outros dirigentes empresariais, de representantes da Portugal Telecom e da Suez Energia para América Latina, do economista-chefe do Bradesco, Fernando Barbosa, do diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Acúcar (Única), Eduardo Leão de Souza.

A crise fiscal que atingiu a Grécia e que ameaça outros países da região acabou provocando um recuo nas negociações sobre um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. As conversas sobre um possível acordo estão suspensas desde 2004 e voltaram à tona no final do ano passado, quando a União Europeia demonstrou interesse em avançar no tema. A UE ainda não conseguiu retomar o ritmo de importações registrado antes da crise econômica. Segundo Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a retomada das conversas conta com o apoio de Espanha e Itália – dois países mais simpáticos a um acordo com o Mercosul. Mas, de acordo com ele, isso não deve ser suficiente para superar um ambiente político “desfavorável” no qual se encontra a Europa.

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