‘Incluam Portugal no vosso mapa’, diz secretário de Estado português na Fiesp

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Da Redação

O seminário “Investir em Portugal: Escolha Certa, Momento Certo”, realizado na sede da Fiesp, em São Paulo, em 22 de setembro, teve a participação do secretário de Estado da Internacionalização português, Jorge Costa Oliveira, e do diretor titular do departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da federação, Thomaz Zanotto, entre outras autoridades.

“A Fiesp tem buscado uma maior integração do Brasil com a parte mais desenvolvida do mundo”, disse Zanotto. “Não temos plataforma melhor que Portugal na Europa para isso”. Para Zanotto, a indústria nacional, que passa por uma crise, entende que a retomada do crescimento envolve “investimentos, comércio exterior e integração”.

Na mesma linha, Jorge Costa Oliveira contou que pediu que fossem organizadas missões do governo português depois de tomar conhecimento do interesse de investimento por parte das empresas brasileiras. “O momento é de boas oportunidades na economia portuguesa”, afirmou. “Podemos ser uma boa porta de entrada para outros mercados na Europa: incluam Portugal no vosso mapa”.

Oliveira destacou ainda o estímulo à inovação produtiva e à fixação de residência com vistos especiais em Portugal, o chamado Visto Gold.

À disposição
Administrador executivo da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), Pedro Ortigão Correia apresentou um panorama dos benefícios de investir em terras portuguesas.

“O mercado português é ávido por produtos brasileiros”, disse. “Além disso, temos a sorte de ter muitas empresas brasileiras investindo conosco, como Embraer, Banco do Brasil, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Weg, entre outras”.

De acordo com Correia, Portugal é o 38º país mais competitivo do mundo segundo o ranking do Fórum Econômico Mundial e o 23º onde é mais fácil fazer negócios conforme o estudo Doing Business 2016, publicado pelo Banco Mundial. “Fizemos um esforço grande para nos tornarmos mais liberais e abertos ao investimento estrangeiro”, explicou.

Superados os efeitos da “grave crise econômica vivida há cinco anos”, os portugueses vivem hoje um novo ciclo de expansão. “Tivemos que pedir ajuda externa e o governo tomou medidas de contenção de despesas difíceis”, contou. “Exatamente o que o Brasil está passando agora, dando a volta na crise para se tornar mais competitivo”.

Dentro desse novo cenário, segundo Correia, a perspectiva de crescimento do PIB lusitano é de 1,8% em 2016. “As exportações foram destaque. Há 500 anos fazemos negócios com o mundo inteiro”.

Entre as vantagens competitivas da terra de Camões, o administrador da Aicep citou a localização, com a proximidade dos Estados Unidos, os investimentos feitos em tecnologia e a qualidade das estradas, transporte aéreo e infraestrutura marítima e ferroviária. “Temos os melhores portos da Europa”, disse.

A qualidade da mão de obra disponível é outro destaque segundo Correia. “78% dos nossos alunos aprendem duas ou mais línguas estrangeiras, para uma média de 65% na União Européia e de 53% na França”, explicou.

Portugal possui hoje dez programas de aceleração de startups e setenta incubadoras de empresas. “Ficamos com a terceira posição no ranking de Aceleração da Fundacity em 2014”, afirmou.

De acordo com Correia, Portugal está de portas abertas para os empreendedores brasileiros. “Estamos à vossa disposição”, disse. “Para tirar dúvidas sobre as primeiras questões e acompanhar os investimentos. Essa conversa não termina aqui, vai se manter”, afirmou. “A ligação do Brasil com Portugal não poderia estar em melhor fase”.

Em 2015, o comércio bilateral entre Brasil e Portugal foi equilibrado, com saldo favorável ao Brasil em US$ 12,3 milhões, para uma corrente comercial de mais de US$ 1,6 bilhão no ano. As exportações brasileiras para o parceiro se concentraram em combustíveis minerais (25%), sementes e frutos oleaginosos (20%) e ferro e aço (10%). Já o Brasil importou de Portugal principalmente gorduras e óleos (21%), combustíveis minerais (13%) e aeronaves (11%).

Recentemente, o Secretário de Estado da Indústria de Portugal, João Vasconcelos, realizou uma visita oficial de 4 dias ao Brasil, a primeira missão internacional do Startup Lisboa. Ele destacou a estratégia nacional do país para o empreendedorismo digital e o Websummit, um dos maiores encontros europeus de tecnologia, empreendedorismo e inovação.

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