Incertezas e baixo crescimento devem marcar cenário econômico do Brasil em 2014, diz economista

Economista elencou uma série de fatores de riscos durante evento em São Paulo que devem comprovar tendências para o ano.

 

Da Redação

EconomistaJoseRobertoBarrosO economista José Roberto Mendonça de Barros falou, em 24 de fevereiro, sobre o Cenário Macroeconômico 2014-2015 – período marcado por Copa do Mundo e Eleições, durante evento da Câmara Portuguesa realizado em São Paulo. Ele apontou temas importantes para o Brasil e destacou que o país vive um momento de incertezas econômicas, sociais e políticas.
Para Mendonça de Barros, o ano conta com alguns fatores de risco: a divulgação do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2013 no último dia 27; do lado social, a crescente insatisfação da população que deve eclodir em novas manifestações durante a Copa do Mundo; e as eleições.
O economista afirmou que a percepção de que 2014 será um ano de crescimento baixo se consolidou “muito rapidamente”, diferentemente do que ocorreu nos últimos dois anos, em que se percebeu quão fraco seriam apenas no segundo semestre. Para ele, é praticamente certo que o crescimento neste ano será inferior à média dos anos de 2011, 2012 e 2013. A previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,6% em 2014 em relação ao ano passado. Para ele, o PIB de 2013 deve ficar em torno de 2,2% e 2,3%.
“Os números de dezembro foram surpreendentemente ruins. A indústria caiu, o comércio de Natal foi fraco em relação ao esperado e o IBC-Br mostrou um desempenho muito baixo e cadente em relação ao ano anterior”, apontou Mendonça de Barros.
Ele apontou também como fator surpresa de risco para a economia neste começo de ano, a “mãe-natureza” que, contra qualquer previsão meteorológica, resultou num período de poucas chuvas, o que levou à perda de safra agrícola e uma crise na oferta de energia.
Mendonça de Barros mencionou ainda que a tendência de desvalorização do real é algo inevitável. “Mas não será uma explosão com o dólar chegando à casa dos R$ 3. O dólar seguirá valorizando, mas deve fechar 2014 em R$ 2,60”, explicou.
Seguindo as tendências apontadas pelo economista, o cenário deve ser bastante complicado para o Brasil este ano. “A soma dessas oscilações sugere um ano que não tem nenhuma grande ruptura, nenhuma descontinuidade, mas um ano com crescimento baixo, juros ainda subindo, desvalorização cambial e investimento muito limitado”, apontou Mendonça de Barros.
O “Cenário Macroeconômico 2014-2015”, apresentado pelo economista José Roberto Mendonça de Barros, foi o primeiro almoço-palestra do ano organizado pela Câmara Portuguesa e contou com a presença de empresários brasileiros e portugueses. Iniciativas como esta têm como objetivo a troca de experiências entre o empresariado e a criação de oportunidades de negócios entre os dois países.
José Roberto Mendonça de Barros é economista, com doutorado em Economia pela Universidade de São Paulo (1973) e Pós-Doutorado no Economic Growth Center, Yale University, USA (1973/1974). Foi sócio-gerente da Mendonça de Barros Associados S/C Ltda. (1978 a 1994), secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (jan/95 a mar/98) e secretário Executivo da Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República (abr a nov/1998), durante a primeira gestão do governo de Fernando Henrique Cardoso. Atualmente é consultor do Banco Safra e professor na Faculdade de Economia da USP (Universidade de São Paulo).

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