Holanda e Alemanha lideram investimento estrangeiro no Brasil

Crise muda liderança de investimento estrangeiro no Brasil dos EUA para Europa.

Da Redação Com Portugal Digital

Com a crise financeira internacional, a distribuição por países do investimento estrangeiro no setor produtivo brasileiro tem mudado. Segundo dados do Banco Central, de janeiro a maio deste ano, os Países Baixos foram os que mais investiram no Brasil (24,7%), seguidos por Alemanha (18,7%) e Estados Unidos (13,4%).

Nos cinco primeiros meses do ano passado, quando a crise financeira internacional ainda não havia se agravado, o cenário era diferente: os Estados Unidos ocupavam o primeiro lugar com com 15,9%, seguidos pelo Luxemburgo (13,4%) e Países Baixos (10,4%). Nos cinco meses deste ano, Luxemburgo responde por 2,1%.

No total, o investimento estrangeiro direto de janeiro a maio deste ano chegou a US$ 11,234 bilhões contra US$ 13,984 bilhões registrados no mesmo período de 2008. Para o economista Carlos Eduardo Freitas, essa mudança na composição dos países investidores no Brasil “tem uma influência poderosa da crise”, mas ainda é cedo para saber se será permanente. “De todo jeito, o papel da economia americana vem se desvalorizando há várias décadas. Com isso, a balança do poder econômico mundial está mudando", diz.

Freitas acrescenta que “se retrocedêssemos meio século, a economia americana era responsável por 50% da economia, atualmente responde por cerca de 20%”. Para o economista, o fato de o Banco Central (BC) ter mantido a previsão de investimento estrangeiro direto de US$ 25 bilhões no país neste ano é um indicador de que a economia brasileira está se recuperando mais cedo do que se esperava: “Os prognósticos mais pessimistas para a economia do país parecem ultrapassados. Mas é importante manter a cautela.”

No ano passado, o investimento estrangeiro direto somou cerca de US$ 45 bilhões. Mas, segundo Freitas, como o mundo está em crise, não dá para esperar um resultado como o de 2008. O investimento estrangeiro direto é direcionado para a criação de novas empresas ou para participação acionária nas já existentes.

Esse tipo de investimento é considerado importante por gerar riquezas e empregos no país e por dar equilíbrio ao balanço de pagamentos (registro de todas as transações comerciais e financeiras do Brasil com o exterior) do país. Ou seja, quando o país tem déficit em conta corrente (registro das compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), precisa cobrir o resultado negativo com empréstimo ou receber investimentos do exterior.

Para este ano, a previsão do BC é de um déficit em conta corrente de US$ 15 bilhões.

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