Greve paralisou transportadoras lusas

Mundo Lusíada

Paulo Novais/Lusa Portugal

>> Caminhões parados junto ao IC2, em Coimbra, devido à greve de transportadores de mercadorias, 9 de Junho de 2008.

O primeiro-ministro português, José Sócrates, afirmou que o governo de Lisboa "dará a ajuda que puder" às empresas de transportes para minimizar o impacto do aumento do preço dos combustíveis.

A paralisação das empresas portuguesas de transporte de mercadorias, contra o aumento do preço dos combustíveis, está criando os primeiros riscos de falta de bens e abastecimento em vários locais. Sócrates reconheceu que o governo está estudando "algumas medidas que procurem minimizar" a situação.

O primeiro-ministro garantiu que a polícia não vai deixar de intervir para repor a normalidade. "Distúrbios, e pedradas a propriedades alheias espero que não aconteça mais", afirmou Sócrates, antes da divulgação de que um caminhoneiro em greve havia morrido após ser atropelado em Zibreira (centro de Portugal).

Entre as reivindicações da comissão mediadora dos transportadores está a criação do diesel profissional, com equiparação de preços entre Portugal e Espanha, a diferenciação positiva fiscal, ajudas de custo e o incentivo à renovação das frotas.

O grupo Jerónimo Martins, que entre outras faz a distribuição de alimentos, alertou que para terça, 10 de junho, poderiam faltar produtos essenciais em algumas de suas lojas, apelando às autoridades para que "atuem" e deixem trabalhar os motoristas de caminhões que o queiram fazer.

Segundo a Jerónimo Martins, a situação está particularmente grave na zona do Carregado, onde os caminhoneiros que querem abandonar a paralisação "estão a ser agredidos verbalmente" e ameaçados se prosseguirem viagem. As lojas da rede já tiveram que jogar peixe no lixo. "Se não houver um desbloqueio da situação, os bens essenciais começarão a faltar, estamos a falar de produtos essenciais para alimentar os portugueses".

No dia 09, a comissão organizadora da paralisação anunciou a suspensão da greve depois de uma reunião com a direção da Associação de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM). Mas uma hora depois, a comissão de caminhoneiros decidiu recuar na decisão, após os membros se manifestarem contrários à desmobilização.

Apenas na quinta-feira, 12 de junho, Portugal retornou lentamente à normalidade, depois do acordo com o governo, que pôs fim à paralisação dos transportadores de mercadorias e levou os caminhoneiros e encerrar a greve.

As comissões de caminhoneiros de Braga, Barcelos, Viana do Castelo e Póvoa do Lanhoso anunciaram o fim da paralisação, devido ao cansaço dos piquetes, mas afirmaram-se insatisfeitos com o pacote de apoios do governo. Segundo o ministro luso das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, foi aprovado um conjunto de propostas "sérias e adequadas, que vão ao encontro dos problemas que resultam dos aumentos de combustível e ajudam as empresas a superar as dificuldades". Com agencias

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