Governador de SP divide região metropolitana em 5 para flexibilizar a quarentena

Arquivo: João Doria e prefeito de SBC Orlando Morando

Da Redação
Com EBC

Nesta sexta-feira, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou a divisão da região metropolitana de São Paulo em cinco sub-regiões. A divisão foi solicitada e aprovada pelos prefeitos dos 38 municípios que compõem a região metropolitana.

Essa subdivisão vai permitir, segundo o governo paulista, uma classificação individualizada das regiões, de acordo com características demográficas e critérios técnicos de saúde, como a capacidade hospitalar para atendimento de pacientes com covid-19, e a taxa de avanço de casos e mortes provocadas pelo coronavírus.

As análises regionalizadas serão realizadas semanalmente e indicarão reclassificação da atual fase vermelha, de nível máximo de restrição, para as que permitem abertura controlada de atividades não essenciais. A medida foi elogiada, por exemplo pelo prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, que tinha contestado a fase da cidade diante dos números atuais.

Os cinco blocos são o norte (que compreende as cidades de Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha, Mairiporã, conhecida como região de Franco da Rocha), leste (Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Logo das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano, conhecida como região do Alto Tietê – Guarulhos), sudeste (Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, conhecida como Grande ABC), sudoeste (Cotia, Embu, Embu Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista, conhecida como a região dos Mananciais) e oeste (Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba, conhecida como a Rota dos Bandeirantes).

Os prefeitos da região metropolitana reclamavam por não estarem na fase de possibilidade de retomada econômica a partir de segunda-feira, dia 1º de junho. Vistos até então como um único bloco, nenhum dos municípios da região metropolitana conseguiu avançar de nível para poder começar a reabrir serviços que estão fechados desde o início da quarentena no estado, em 24 de março. Com a nova subdivisão, se algum bloco da região metropolitana atender a critérios como o de ocupação de leitos abaixo de 80% e diminuição da propagação do vírus, poderá então passar à fase seguinte de reabertura, prevista no Plano SP.

O Plano SP, de retomada econômica, dividiu o estado paulista em diversas regiões. Cada uma dessas regiões corresponde a uma fase, que determina se ela poderá dar início ao processo de reabertura econômica ou não. As cinco fases do programa vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul).

A região metropolitana de São Paulo, até então sem a divisão em blocos, foi toda colocada no primeiro nível, vermelho, ou seja, neste momento ela deve continuar obedecendo à quarentena, podendo abrir somente os setores considerados essenciais – logística, abastecimento, segurança e saúde. Já a capital paulista foi excluída da região metropolitana e entrou na fase de controle, laranja, onde poderá reabrir alguns serviços como shoppings, escritórios e comércio.

“Por abrigar mais de 22 milhões de habitantes e contar com uma organização de saúde com distribuição de leitos e de internação hospitalar própria e, considerando a sua complexidade e o seu tamanho, teremos agora cinco regiões de saúde [na região metropolitana]. Com essa divisão será possível ter uma análise ainda mais precisa de critérios técnicos de saúde, classificação de fases de retomada consciente da economia e a definição apropriada para a região metropolitana”, disse o governador de São Paulo, João Doria. “A subdivisão não é para afrouxar, mas para ajustar [o plano de retomada]”, acrescentou Doria.

Para que uma região do estado possa começar a liberar atividades econômicas, ela precisa obedecer a alguns critérios. O primeiro critério diz respeito à capacidade hospitalar: a região precisa ter ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) destinados para atendimento aos casos de coronavírus menor do que 80%. Acima de 80%, a região entra na fase vermelha. Outro indicador levado em consideração é o de evolução da pandemia que inclui dados como a variação do número de internações, a variação de óbitos e a variação de novos casos de coronavírus.

Para as demais regiões que ainda não atingiram todos os indicadores, o governo do Estado confirmou que mantém na mesma fase atual. A Baixada Santista foi outra região que levou pedido ao governo e pretendia retomar atividade econômica mais rápido.

Testagem
Outro anúncio feito pelo governador é o de criação de protocolos para o setor privado aderir ao incremento de testes do coronavírus. A medida, segundo o governo paulista, pretende orientar os gestores de empresas sobre medidas de prevenção e monitoramento das condições de saúde de funcionários, colaboradores e fornecedores e da segurança de clientes.

Os protocolos foram articulados com a Vigilância em Saúde do Estado e orientam como as empresas vão aderir de forma voluntária à realização e periodicidade de testes, com diretrizes de prevenção, triagem, testagem e contenção de casos. Esses protocolos pretendem que as empresas reforcem as medidas de prevenção tais como a manutenção do distanciamento social, o uso de máscara e a adoção de medidas de higiene. Além disso, elas devem fazer uma testagem de seus funcionários.

Nesta sexta-feira (29), o estado de São Paulo registra queda na taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para COVID-19.

As taxas são de 70,7% no estado e 83,1% na Grande São Paulo. A redução é de cinco pontos percentuais em todo o território, e superior a oito pontos percentuais na região metropolitana em comparação ao último domingo (24).

São Paulo permanece como epicentro da doença no Brasil, com 95 mil casos confirmados e 6.900 óbitos, enquanto o Brasil registra 450 mil casos da doença e mais de 27 mil óbitos.

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