‘Fuga de cérebros’ de Portugal compromete crescimento da economia, diz ministro

Da Redação
Com Lusa

Aníbal Cavaco Silva, discursa durante a abertura da IV Conferência Internacional "Portugal e os Jovens - Novos Rumos, Outra Esperança", a decorrer na Fundação Champalimaud em Lisboa, 15 de maio de 2015. MIGUEL A. LOPES/LUSA
Arquivo: Cavaco Silva, discursa durante a abertura da IV Conferência Internacional “Portugal e os Jovens – Novos Rumos, Outra Esperança”. MIGUEL A. LOPES/LUSA

O ministro do Trabalho declarou que a ‘fuga de cérebros’ de Portugal compromete o crescimento da economia, defendendo o enquadramento destes jovens qualificados em empresas, através da cooperação com universidades e centros tecnológicos.

Este foi um dos temas debatidos na reunião que decorreu, quinta e sexta-feira, em Estocolmo, promovida pela ministra sueca do Trabalho, Ylva Johansson, designada “Aprendizagem Mútua de Alto Nível”, dedicada ao tema “Desenho e implementação de estratégias efetivas de apoio à integração e retenção de jovens em risco, no mercado de trabalho”.

No encontro, o ministro português Vieira da Silva afirmou que “o risco de ‘fuga de cérebros’ e o fraco retorno do investimento público em educação” compromete “o potencial de crescimento da economia portuguesa”.

“Há países que estão a receber muitos milhares de jovens e há outros países, como Portugal, que estão a perder milhares de jovens e com elevada qualificação”, lamentou o ministro, em declarações à Lusa, por telefone, no final da reunião.

Vieira da Silva adiantou que haverá sempre jovens que procurarão completar a sua formação profissional ou dar os primeiros passos da sua vida ativa no estrangeiro.

“Isso sempre aconteceu, desde que estamos na União Europeia. O problema é quando esse número se transforma num número muito relevante e afeta o país como um todo, e é isso que estamos empenhados em combater”, sublinhou.

Questionado pela Lusa sobre como se pode travar a saída destes jovens do país, Vieira da Silva considerou que “é um trabalho difícil”, porque “funciona um pouco como uma bola de neve” – uns jovens vão seguindo outros e, às vezes, até partem por ligações familiares.

“Não é tão fácil travar [esta corrente] como foi infelizmente rápido o crescimento desta emigração, mas um aspeto fundamental é favorecer o enquadramento, nas empresas que trabalham em Portugal, desses jovens, através de estímulos à cooperação entre universidades e empresas, e centros tecnológicos e as empresas”, defendeu.

Para o ministro, e economia portuguesa deve valorizar melhor as qualificações dos jovens, porque, “em muitos casos, essa saída já não é devida à falta de emprego, mas sim às remunerações que caíram significativamente e que são inferiores àquelas que se podem obter noutros países”.

O ministro afirmou, no encontro, que “elevados níveis de desemprego combinados com a instabilidade no mercado de trabalho e a deterioração das vantagens associadas ao prolongamento da escolaridade, tem empurrado milhares de jovens trabalhadores qualificados para a procura de melhores oportunidades fora de Portugal”.

O encontro contou ainda com a presença dos ministros do Trabalho da Dinamarca e da Estónia, com uma representante do Ministério do Trabalho da Alemanha, do diretor-geral do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, da Comissão Europeia, e do presidente do Comité do Emprego, Tom Bevers.

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