FMI pede corte de salários no setor privado em Portugal

Os salários do setor privado deverão seguir o exemplo do setor público, diz a troika que está a acompanhar o país. Objectivo: melhorar a competitividade.

 

Da Redação
Com Portugal Digital

O Fundo Monetário Internacional (FMI) é favorável a uma redução dos salários do setor privado em Portugal, acompanhando o corte que foi imposto aos funcionários públicos. A equipe de peritos que esteve em Lisboa a avaliar a execução do plano de assistência financeira acredita que essa seria uma via positiva para o país se tornar mais competitivo.

“A fim de melhorar a competitividade de custos de mão-de-obra, os salários do setor privado deverão seguir o exemplo do setor público e aplicar reduções sustentadas”, indica um comunicado da troika composta pelo FMI, Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia, que em 16 de novembro apresentaram as suas conclusões face ao desempenho do Governo português.

Segundo a troika, o Executivo de Pedro Passos Coelho está a cumprir os compromissos que assumiu no acordo para a obtenção de ajuda externa. O memorando de entendimento fez com que Portugal acedesse a um pacote de 78 bilhões de euros, a receber em várias partes.

A próxima tranche, de 8 bilhões de euros chegará até ao fim do ano, depois de a troika ter reconhecido os progressos feitos pelo Governo português.

O programa de assistência financeira “prevê medidas para reduzir as indemnizações por despedimento e aumentar a flexibilidade salarial a nível das empresas”, refere o comunicado.

No Estado os funcionários públicos já sofreram nos últimos dois anos cortes salariais entre 5% e 20% e preparam-se para em 2012 perder os subsídios de férias e de Natal, solução encontrada pelo Governo para reduzir a despesa do Estado.

A estratégia assumida pelo atual Executivo passa por promover uma melhoria das contas públicas em que dois terços do esforço de consolidação orçamental virão de cortes na despesa do Estado e um terço através do aumento da receita. Ao nível do encaixe dos cofres públicos, uma das medidas tomadas foi o aumento das taxas de IVA sobre vários produtos, como a passagem do IVA da electricidade e do gás de 6% para 23% e da taxa da restauração de 13% para 23%.

Vários economistas admitem que a economia portuguesa poderá afundar nos próximos anos por via da perda de poder de compra da população e da subida dos impostos diretos e indiretos, o que irá pressionar o consumo privado e fazer o país depender ainda mais das exportações para conseguir aumentar o seu Produto Interno Bruto.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: