Mundo Lusíada
Com Lusa
O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a economia brasileira vem tendo um mau desempenho, que a dívida pública é alta e crescente e as perspectivas de crescimento a médio prazo são desanimadoras.
Essas são conclusões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que divulgou na quarta-feira o relatório anual com uma análise sobre a economia brasileira.
O FMI referiu que a economia do Brasil está a apresentar um mau desempenho em relação ao seu potencial. A projeção do Fundo para o Produto Interno Bruto (PIB) para 2018 é de um crescimento de 1,8% e para o ano seguinte estimam que o crescimento seja de 2,5%.
No documento, o órgão internacional voltou a sublinhar a importância das reformas para a continuação do crescimento do país após a crise econômica.
“A consolidação fiscal é fundamental para manter a confiança na sustentabilidade da dívida”, diz o documento do FMI.
“O déficit fiscal diminuiu, mas a dívida pública está a crescer e as reformas mais profundas estão atrasadas”, referiu ainda o relatório.
Segundo a avaliação conselho executivo do FMI, com o alto nível de dívida pública, uma “consolidação fiscal constante é de enorme importância”.
Outro ponto abordado foi o atraso na reforma da Segurança Social, que foi suspensa no Congresso Nacional brasileiro em fevereiro. O FMI considera essa reforma “imperativa para garantir a sustentabilidade do sistema e melhorar a equidade”.
A simplificação no sistema de impostos é outro ponto apontado pelo Fundo como importante para o crescimento do país.
Além desse atraso nas reformas, que o FMI considera fundamental para o crescimento econômico do país, existe também um risco de mudanças nas condições financeiras no mundo que pode afetar o Brasil.
Déficit
Instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda do Brasil reduziram a previsão deste ano do déficit primário das contas públicas, de 151,1 mil milhões de reais para 149,6.
A estimativa, divulgada no boletim mensal Prisma Fiscal, está abaixo da meta de déficit do Governo brasileiro, que foi estimada em 159 mil milhões de reais (35,3 mil milhões de euros).
O déficit primário é o valor em que os gastos do Governo de um país superam as receitas com impostos e tributos sem considerar o pagamento dos juros da dívida pública.
Já para o ano de 2019, os analistas consultados pelo Ministério da Fazenda aumentaram a estimativa para o déficit primário de 117,8 mil milhões de reais para 123,2 mil milhões de reais.
A nova projeção está abaixo da meta fiscal do Governo, que prevê um déficit primário de até 139 mil milhões de reais (30,9 mil milhões de euros).
O mesmo relatório do FMI agora divulgado voltou a sublinhar a importância das reformas para a continuação do crescimento do Brasil após uma grave crise econômica que afetou o país, principalmente em 2015 e 2016.