Expectativas econômicas em Portugal caem mais do que europeias

Da Redação
Com Lusa

As expectativas econômicas em Portugal caíram 51 pontos em abril face a março, para 57 pontos negativos, uma descida superior à geral europeia, segundo um barômetro da GfK, que contabiliza mensalmente este indicador para a Comissão Europeia.

O trabalho foi levantado no mês passado, junto da população portuguesa com 16 e os 84 anos, com 1.700 entrevistas telefônicas, pela GfK Portugal, e inserido num barômetro europeu que mostra que em termos europeus o valor situa-se em 49 pontos negativos, uma queda de 27.

Num comunicado, a GfK deu ainda conta de que “a Polônia e a Eslováquia registam as maiores descidas (-76 e -63 pontos, respetivamente)” neste indicador e que “ao contrário do que era visível em março, este mês todos os países revelam expectativas econômicas negativas, muito provavelmente devido à forte disseminação do coronavírus”.

Este indicador da GfK tem por base inquéritos mensais a cerca a 40 mil indivíduos na União Europeia, sendo que depois mede a evolução de acordo com um indicador da consultora, com uma média de zero e que pode oscilar entre os +100 pontos e os -100 pontos, segundo informação no ‘site’ da consultora.

De acordo com a informação hoje divulgada, “uma perspetiva econômica em colapso também está a levar a uma diminuição significativa nas expectativas salariais”, sendo que “este indicador apresenta uma queda geral de 33 pontos para a Europa”, com a Polônia “a registrar uma das maiores perdas (-85 pontos), bem como a Eslovênia e Portugal (-59 pontos cada país)”, de acordo com a mesma nota.

Seguindo a mesma tendência a predisposição para comprar “enfrenta perdas drásticas na Europa com uma queda de 39 pontos”, igual à registada em Portugal, que atinge os 35 pontos negativos neste indicador.

“A Polônia é, mais uma vez, o país que regista a maior queda (-77 pontos), seguido da Eslováquia (-71 pontos)”, indicou a GfK.

Segundo dados da GfK, o impacto da covid-19 “revelou-se drástico nas perspetivas econômicas da Europa durante o mês de abril deste ano”, sendo que, se em “março as expectativas econômicas, salariais e a disposição para adquirir algum produto/serviço já tinham começado a perder força”, no mês seguinte “este cenário agravou-se consideravelmente”.

Trabalhadores

O prazo para os trabalhadores pedirem o apoio excepcional à família relativo a abril para assistência aos filhos devido ao encerramento das escolas, que terminava no domingo, foi alargado até quarta-feira, segundo informação publicada pela Segurança Social.

Entre 1 e 08 de maio tinham pedido este apoio 69.079 trabalhadores, dos quais a grande maioria (61.148) trabalhadores por conta de outrem, segundo dados do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Em abril o número de pedidos foi superior a 172 mil.

Em causa está o apoio no âmbito da crise da pandemia covid-19 para os trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores independentes ou do serviço doméstico que faltem ao trabalho por motivos de assistência a filhos ou outros menores a cargo, menores de 12 anos, ou com deficiência/doença crônica independentemente da idade, decorrente de encerramento do estabelecimento de ensino.

No caso dos trabalhadores por conta de outrem, o apoio corresponde a dois terços da remuneração base, ou seja, não inclui outras componentes da remuneração, e tem como limites mínimo 635 euros e máximo 1.905 euros.

O trabalhador por conta de outrem tem de remeter à entidade empregadora uma declaração disponível no site da Segurança Social e cabe depois ao empregador preencher e entregar o formulário ‘on-line’ até ao dia 13 de maio (inicialmente o prazo limite era 10 de maio).

No próximo mês, a entrega do pedido relativo ao mês de maio, terá de ser feita entre 01 e 10 de junho, segundo as datas publicadas no site da Segurança Social.

O apoio será pago pela Segurança Social à entidade empregadora, que deve guardar as declarações dos trabalhadores para efeitos de fiscalização.

Por seu lado, os trabalhadores independentes têm direito a um apoio correspondente a um terço da base de incidência contributiva mensualizada referente ao primeiro trimestre de 2020, com limites mínimo de 438,81 euros e máximo de 1.097,03 euros, sendo o requerimento entregue pelo próprio.

Já os trabalhadores do serviço doméstico têm direito a um apoio correspondente a dois terços da remuneração registrada com limites mínimo de 635 euros e máximo de 1.905 euros, sendo o apoio suportado pela entidade empregadora e pela Segurança Social em partes iguais.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 282 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Em Portugal, morreram 1.144 pessoas das 27.679 confirmadas como infectadas, e há 2.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: