Empresas devem usar protocolo para flexibilizar quarentena em SP

Da Redação

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou neste dia 28 as exigências para que os setores da economia possam voltar a funcionar, com a flexibilização da quarentena em todo o estado.

As associações dos diferentes ramos de atividade aptos a reabrir deverão apresentar protocolos que garantam a saúde de trabalhadores e clientes, em uma retomada gradual.

Nesta quarta-feira, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou o plano de flexibilização da quarentena em todo o estado. As cidades podem reabrir gradualmente o comércio e outras atividades, reduzindo o isolamento social, seguindo uma classificação estabelecida pelo governo. São cinco níveis, que vão desde o isolamento completo até o fim das restrições, de acordo com critérios que avaliam desde o estágio de transmissão do novo coronavírus no município até a disponibilidade de leitos em hospital.

“Até o dia 31 de maio, a quarentena em São Paulo vai salvar 65 mil vidas. Abrimos sete hospitais de campanha, aumentamos em 60% o número de leitos em hospitais públicos, já temos 600 novos respiradores em operação”, afirmou o Governador. “A fase denominada retomada consciente seguirá a orientação da ciência, com dados técnicos para permitir a gradual e segura retomada”.

As cinco fases do programa vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul). O objetivo da classificação é assegurar atendimento de saúde à população e garantir que a disseminação do coronavírus em níveis seguros para modular as ações de isolamento.

A escala será aplicada a 17 regiões distintas do território paulista, de acordo com a abrangência dos DRSs (Departamentos Regionais de Saúde), que são subordinados à Secretaria de Estado da Saúde. São os DRSs que determinam a capacidade de atendimento, transferências de pacientes e remanejamento de vagas de enfermaria e UTIs nos municípios.

As fases são determinadas pelo acompanhamento semanal da média da taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus e o número de novas internações no mesmo período. Uma região só poderá passar a uma reclassificação de etapa – com restrição menor ou maior – após 14 dias do faseamento inicial, mantendo os indicadores de saúde estáveis.

Em todos os 645 municípios, a indústria e a construção civil seguem funcionando normalmente. A interdição total de espaços públicos, teatros, cinemas e eventos que geram aglomerações – festas, shows, campeonatos etc – permanece por tempo indeterminado. A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão.

Nenhuma das 17 regiões está na zona azul, que prevê a liberação de todas as atividades econômicas segundo protocolos sanitários definidos no Plano São Paulo (www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/planosp). A zona verde, segunda mais ampla na escala, também não foi alcançada até o momento e permanece como meta de curto prazo para cada região.

Com exceção da capital, todos os municípios da Grande São Paulo e também da Baixada Santista e de Registro permanecem na fase vermelha e não terão nenhum tipo de mudança na quarentena em vigor desde o dia 24 de março. Nas três regiões, o sistema de saúde está pressionado por altas taxas de ocupação de UTI e avanço de casos confirmados de pacientes com coronavírus.

Nas demais fases, haverá flexibilização parcial em diferentes escalas de capacidade e horário de atendimento. A etapa laranja, que abrange a capital e outras dez regiões no interior e litoral norte, prevê retomada com restrições a comércio de rua, shoppings, escritórios, concessionárias e atividades imobiliárias. Os demais serviços não essenciais continuam fechados.

Na fase amarela, haverá reabertura total de serviços imobiliários, escritórios e concessionárias segundo protocolos sanitários. Comércio de rua, shoppings e salões de beleza, além de bares, restaurantes e similares poderão funcionar com restrições de horário e fluxo de clientes.

As regiões que chegarem à fase verde poderão atenuar as restrições ao funcionamento de todos os setores da fase amarela. Academias de ginástica e centros de prática esportiva também voltarão a receber frequentadores, desde que respeitados limites de redução de atendimento e as regras sanitárias definidas para o setor.

Esses setores aptos deverão apresentar um planejamento, que inclui itens como a testagem dos funcionários, normas de higiene e regras de autorregulação para fiscalização.

Os protocolos passarão a ser recebidos a partir da próxima segunda-feira (1º) e precisam ser aprovados pela Vigilância Sanitária municipal para que a abertura das empresas seja autorizada.

Quarentena continua
Na entrevista, o prefeito Bruno Covas pediu que a população continue a respeitar o isolamento social e use máscaras. Ele ressaltou que, caso a situação da cidade piore, pode haver regressão no plano de retomada.

“Se os índices piorarem, a gente volta a ser classificado como município em região vermelha no estado de São Paulo e todos os setores que a gente fala em reabertura voltam a fechar”, garantiu.

Entre as medidas que estão sendo tomadas para manter a capital paulista dentro dos padrões exigidos pelo governo estadual figuram a abertura de dois novos hospitais e a reativação do Hospital Sorocabana, na zona oeste de cidade, fechado desde 2010. Assim, devem ser adicionados 300 novos leitos à rede municipal, sendo 100 deles em unidades de tratamento intensivo (UTI).

Atualmente, segundo Covas, 92% das vagas em UTIs da rede municipal de saúde estão ocupados. Ainda de acordo com o prefeito, desde 5 de maio a pandemia vem forçando a utilização de pelo menos 85% da capacidade das unidades de tratamento intensivo na cidade.

Até o momento, o coronavírus já causou 3.619 mortes confirmadas na cidade, além de outras 3.777 classificadas como suspeitas.

Críticas ao Governo
Alguns prefeitos criticaram o planejamento do governo do Estado. O Consórcio Intermunicipal Grande ABC recebeu com indignação a notícia de que a região metropolitana de São Paulo está fora desse plano de retomada econômica do estado. Segundo Doria, as regiões poderão ser reavaliadas a partir de 15 de junho.

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