Embraer em Évora continua a produzir com funcionários em teletrabalho e de férias

Da Redação
Com Lusa

As duas fábricas de Évora da Embraer “continuam em produção”, apesar de a construtora aeronáutica ter trabalhadores em teletrabalho e outros em férias, como resposta à pandemia da covid-19, segundo a empresa e fonte sindical.

“Não houve constrangimentos na produção” apesar da pandemia da covid-19, revelou Arlindo Duarte, diretor de Recursos Humanos da Embraer Portugal, em resposta a questões enviadas pela agência Lusa.

Outra fonte da Embraer, igualmente contactada pela Lusa, sublinhou que as duas fábricas em Évora, uma dedicada a estruturas metálicas e outra à produção de materiais compósitos, “continuam em produção”.

“E estamos a implementar as mais variadas ações para proteger os trabalhadores do novo coronavírus”, de acordo com os planos de contingência implementados, frisou.

O diretor de Recursos Humanos da construtora aeronáutica brasileira em Portugal revelou também à Lusa que, “até ao momento, não tem havido dificuldades no sistema de distribuição e transporte de componentes fabricados” na cidade alentejana.

O SITE SUL – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul disse que a Embraer está “a cumprir todas as condições de segurança nas fábricas de Évora”, adiantando que a empresa “aconselhou os trabalhadores a irem agora de férias, durante três semanas”.

“Não foi bem pressionar, mas convidaram os trabalhadores a ir de férias, desde segunda-feira desta semana. Nem todos foram, mas houve alguns que aceitaram, tanto numa fábrica como na outra”, disse fonte do SITE SUL.

O mesmo sindicalista disse que “as linhas de produção não estão paradas”, e que “outros trabalhadores, dos serviços em que tal é possível, estão em teletrabalho”.

Confrontadas pela Lusa sobre se houve alguma imposição da empresa para o gozo de férias antecipadas, as duas fontes da Embraer negaram.

“A empresa não implementou o regime de férias coletivas. De momento, estamos a gerir os planos de férias de acordo com as necessidades dos trabalhadores e interesses da empresa”, avançou a empresa.

A empresa aeronáutica disse estar “a usar o teletrabalho em todos os setores que, pelo perfil das suas funções, o permitem”, mas não quantificou o total de funcionários em Évora nessa situação: “Esse número” é “mutável de acordo com as nossas necessidades”.

Questionada se admite recorrer ao regime de ‘lay-off’ simplificado criado pelo Governo português, a Embraer disse que está a acompanhar “de perto a evolução deste tema específico”.

“E o evoluir da conjuntura do negócio irá determinar a nossa adesão ao mesmo e as suas respetivas condições de aplicação às nossas unidades”, acrescentou o diretor de Recursos Humanos da empresa em Portugal.

Na terça-feira, o jornal brasileiro Folha de S. Paulo revelou que a Embraer tinha proposto, no dia anterior, a suspensão de parte de contratos de trabalho e reduções de 25% dos salários de funcionários das áreas de engenharia e de linhas de produção, noticiou a Lusa.

Fonte da Embraer afiançou hoje à Lusa que “a situação mencionada na reportagem da Folha de S. Paulo vale somente para o Brasil” e considerou “importante ressaltar que nenhuma decisão foi tomada”, pois, “as negociações ainda estão em andamento”.

Um “conjunto de medidas” para “a segurança dos colaboradores e ‘stakeholders’” da Embraer foi definido “desde o início do surto do novo coronavírus” (SARS-CoV-2) na Europa, segundo a empresa em Portugal, com “ações e medidas efetivas” para eliminar “o risco de contágio”, aposta “na manutenção dos postos de trabalho e “na minimização das contingências e perpetuação do negócio”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito pela Direção-Geral da Saúde (DGS), registraram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

No Alentejo, segundo a DGS, há 93 casos de infecção confirmados e ainda não se registrou qualquer morte por covid-19.

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