Embaixador de Portugal diz aos empresários não insistir somente no eixo Rio-São Paulo

Nordeste brasileiro possui muitas oportunidades para investidores portugueses.

 

Da Redação

Embaixador de Portugal em Brasília, Francisco Ribeiro Telles. Foto: Ígor Lopes
Embaixador de Portugal em Brasília, Francisco Ribeiro Telles. Foto: Ígor Lopes

O embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Ribeiro Telles, aconselha os empresários portugueses a “não insistir no eixo Rio de Janeiro-São Paulo e estarem atentos à região Nordeste, onde estão as oportunidades de negócios mais significativas”.

As mais-valias do Nordeste brasileiro como território de investimento empresarial foi justamente uma das principais mensagens do evento “Rede de Negócios Ceará/Portugal” que a Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBPCE) realizou no dia 26 de setembro, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), e que contou com a presença de cerca de uma centena de participantes.

Durante o evento foram apresentados casos de sucesso nas relações comerciais e empresariais entre os dois países. Entre as apresentações se destacaram as empresas que atuam nas áreas da exportação de serviços de tecnologia e na importação de produtos tradicionais.

O Embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Ribeiro Telles, destacou que o investimento direto com elevado valor-acrescentado entre os dois países tem também ganho novo fôlego nos últimos anos, citando como exemplo as duas fábricas da Embraer inauguradas no final do ano passado em Évora, e os significativos investimentos portugueses no Brasil, nos mais diversos setores, e em especial na área da energia, também renovável. Francisco Ribeiro Telles aconselhou aos empresários portugueses a “não insistir no eixo Rio de Janeiro-São Paulo e estarem atentos à região Nordeste, onde estão as oportunidades de negócios mais significativas”.

O embaixador referiu que uma das características da globalização atual é que a internacionalização não se limita apenas aos grandes grupos empresariais, destacando a participação cada vez maior das pequenas e médias empresas nesse processo. Francisco Ribeiro Telles aconselhou os empresários portugueses que desejam internacionalizar as suas atividades no Brasil “a fazê-lo com uma perspectiva de médio-longo prazo”. “É necessário um trabalho de casa meticuloso”, explicou, referindo a importância das câmaras de comércio têm a este nível, enquanto conhecedoras dos mercados locais, das obrigações jurídicas que variam muito de Estado para Estado, e das redes implantadas nos vários setores de atividade.

Carlos Moura, da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), apresentou um panorama das relações de negócios entre Brasil e Portugal. Foram apresentados números e informações dos investimentos, negócios e exportações do Brasil para Portugal e vice-versa. A maior exportação de Portugal para o Brasil é na área de serviços, representando quase o dobro das exportações de produtos (alimentos, bebidas, bens de consumo, etc.). Entre os serviços exportados se destacam os relacionados às áreas de engenharia, biotecnologia, energias renováveis, etc. “Entretanto, a capacidade de relacionamento entre os dois países é bem maior do que o que é explorado atualmente”, refere Carlos Moura.

O representante da AICEP destaca dois aspectos principais em que os dois países devem ter principal atenção. “Os empresários brasileiros precisam despertar para a grande janela de oportunidade que Portugal representa. Uma empresa brasileira em Portugal é uma empresa europeia, ou seja, tem acesso não apenas ao mercado português, mas a vários outros países”, explica.

Já em relação aos investimentos portugueses no Brasil, Carlos Moura salienta o Nordeste como uma região que deve receber especial atenção por diversas razões: “Além disso, as mais-valias e diferenciais que as empresas portuguesas possuem se evidenciam mais nos estados nordestinos.”

José Maria Zanocchi, presidente da CBPCE, evidenciou as vantagens das parcerias de empresas estrangeiras com empresas brasileiras no processo de internacionalização, destacando o papel da CBPCE como elo fundamental na identificação de oportunidades e implantação de novos negócios.

“A realização deste evento tem como objetivo apresentar o Ceará como um mercado alternativo aos destinos tradicionais”, explica José Maria Zanocchi, que paralelamente ao evento empreendeu com os representantes da AICEP uma agenda que visou o estreitamento das relações entre Portugal e Ceará. Nesse sentido, foram realizadas reuniões com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (ADECE) e com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). Além disso, foi realizada uma visita técnica ao Terminal Industrial e Portuário do Pecém e uma visita ao Aquiraz Riviera, maior empreendimento turístico-imobiliário do Brasil, desenvolvido por um consórcio luso-brasileiro.

Governo do Estado
O Embaixador Francisco Ribeiro Teles teve audiência com o Governador do Estado do Ceará, Cid Ferreira Gomes. Durante a reunião Cid Gomes destacou a existência de empreendimentos importantes no turismo liderados por portugueses e a importância que têm para a economia do Ceará.

“Existem empreendimentos importantes no turismo liderados por portugueses. Isto para nossa economia é muito importante”, destacou Cid Gomes. O embaixador ressaltou a necessidade de ampliar cada vez mais a participação dos investimentos portugueses no Ceará. Durante a reunião, também ficou colocada a intenção de realizar um convênio entre o Ceará e Portugal para trazer engenheiros e arquitetos para um intercâmbio profissional.

O evento “Rede de Negócios Ceará/Portugal” foi realizado com patrocínio do SIRECOM – Sindicato dos Representantes Comerciais e da TECER – Terminais Portuários Ceará, e apoio da Embaixada de Portugal no Brasil, do Vice-Consulado de Portugal em Fortaleza e da LPR Comunicação.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: