Da RedaçãoPortugal Digital
A Energias de Portugal anunciou, na quinta-feira 5 de março, que obteve lucros de 1,091 mil milhões de euros (1,091 bilhão) em 2008, o resultado líquido mais elevado de sempre atingido por uma empresa portuguesa cotada na Bolsa de Lisboa. Os resultados líquidos subiram 20%.
A impulsionar os lucros esteve o ganho de capital de 482 milhões de euros. Grande parte deste valor, 405 milhões de euros, resulta da diluição da posição da EDP na EDP Renováveis e 49 milhões de euros dizem respeito ao ganho na venda das posições detidas na Turbogás (40%) e Portugen (27%), mais 17 milhões de euros obtidos na venda 1,5% do capital da REN e 4,8 milhões de euros resultante da alienação de posição na Edinfor.
Excluindo os efeitos extraordinários, o resultado líquido ajustado subiu 7% para 925 milhões de euros.
Em 2008, a empresa atingiu um EBITDA de 3,154 mil milhões (bilhões) de euros, o que representa um aumento de 20% face a 2007. Os resultados operacionais subiram 23,7% para 1,93 mil milhões de euros, enquanto os custos operacionais recuaram 9,5% para 1,74 mil milhões de euros. Já as receitas avançaram 26,2% para 13,89 mil milhões de euros.
Energia eólicaA EDP explica o crescimento dos resultados operacionais com o desempenho do negócio eólico, da distribuição e a “solidez de resultados no negócio de produção e comercialização na Península Ibérica”. A penalizar as contas a empresa está o montante inferior de ativos relacionados com actividades reguladas recuperado em 2008 no Brasil.
Na produção e comercialização na Península Ibérica o EBITDA recuou 1,5%, enquanto na energia eólica o contributo aumentou 105% para 224 milhões de euros. Na distribuição de energia na Península Ibérica, o EBITDA subiu 69%, com um aumento de 17% no gás na Península Ibérica. No Brasil o EBITDA caiu 4,1%.
A EDP-Energias de Portugal, controladora da EDP-Energias do Brasil, terminou 2008 com uma dívida líquida de 13,88 mil milhões (bilhões) de euros, o que representa um aumento de 18,8% face ao valor de 2007. No final de 2008, a EDP registava uma dívida 4,4 vezes superior ao EBITDA.
No ano passado, a EDP gastou 721,8 milhões de euros no pagamento de juros, um valor que representa um aumento de 33,8% face ao dispendido em 2007. Esta subida, e as imparidades com o BCP e a Sonaecom, explicam grande parte dos resultados financeiros negativos da EDP, que subiram 72,7% para 942,7 milhões de euros em 2008
No ano passado o investimento da empresa aumentou 78% para 3,6 mil milhões (bilhões) de euros.