“Economia portuguesa está no melhor momento desde há muitos anos”

Da Redação
Com Lusa

O presidente executivo do BPI, Pablo Forero, defendeu que o atual momento da economia portuguesa “não pode ser melhor”, devendo-se a um modelo de crescimento “não baseado no investimento público”, pelo que “é sustentável.

“A economia portuguesa, se olharmos para os números, está no melhor momento desde há muitos anos”, disse o gestor durante uma mesa redonda na Conferência ‘Portugal em Exame’ que decorreu nesta terça-feira na sede da EDP em Lisboa.

E prosseguiu: “A economia está agora com uma taxa de desemprego de 6,9% [em agosto], que é francamente boa, e se compararmos com Espanha que tem uma taxa de desemprego de 15,2% parece um autêntico luxo”, salientou Pablo Ferrero que integrava o painel “Liderar em Português” no qual também participaram a fundadora do Martinhal Family Hotels & Resorts, Chitra Stern, e o diretor geral da Oscar Herencia, da Metlife Iberia.

Pablo Forero referiu ainda que Portugal apresenta um ‘superavit’ corrente pelo quinto ano consecutivo e que “é a primeira vez que isto acontece nos últimos 40 anos”.

O gestor, de nacionalidade espanhola, realçou também que “o que está a acontecer” tem a ver com o modelo de crescimento econômico que, no caso de Portugal, se baseia nas exportações.

“Então, o momento econômico não pode ser melhor”, voltou a realçar, lembrando que “as contas públicas estão quase no equilíbrio e, provavelmente, o défice orçamental deste ano será de 0,7%”, o mais baixo em uma década e meia e que estará “próximo do zero” em 2019.

Na proposta de Orçamento de Estado para 2019, o Governo estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% no próximo ano, uma taxa de desemprego de 6,3% e uma redução da dívida pública para 118,5% do PIB.

No documento, o executivo mantém a estimativa de défice orçamental de 0,2% do PIB no próximo ano e de 0,7% do PIB este ano.

Sobre a questão das contas públicas, Pablo Forero disse “estar resolvido”, acrescentando que a alavancagem das empresas em Portugal é semelhante à da média das empresas europeias.

No caso das famílias, esta situação ainda não se verifica porque, esclarece, “o crédito à habitação é a muito longo prazo. Daí que isso faça com que a alavancagem seja um bocadinho mais acentuada”, precisou o gestor.

De acordo com o presidente executivo do BPI, uma das surpresas positivas que teve ao passar a trabalhar em Portugal prende-se com “a maneira de trabalhar” das empresas nacionais.

“Em relação ao resto da Europa, e mesmo face a Espanha, as empresas portuguesas estão muito mais confortáveis em trabalhar com as estrangeiras para fazerem importações e exportação”, esclareceu, lembrando que “as pessoas têm uma habilidade especial para falar línguas, todo o mundo fala inglês”.

Frisou que muitas falam também francês e espanhol, pelo que Portugal “é um país muito mais aberto para procurar clientes estrangeiros”, salientou o gestor.

Em Inglaterra, onde também esteve, a mentalidade é também “um pouco diferente” e lá procura-se “trabalhar para um mercado global, uma coisa parecida com o que acontece em Portugal. Espanha não”.

As empresas em Espanha pensam primeiro no mercado espanhol e “depois, talvez, em fazer algum investimento fora”, sublinhou o responsável.

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