É na inovação que está o nosso futuro, diz Primeiro-Ministro

Da Redação

No Plano de Recuperação e Resiliência, Portugal terá mais de mil milhões de euros investidos na colaboração entre universidades e as empresas, para «aproveitar o muito saber que já existe na academia» fazendo-o «encontrar-se com as instituições que podem transformar conhecimento em produtos ou serviços que cheguem ao mercado e tenham a devida valorização econômica», disse o Primeiro-Ministro António Costa na cerimônia de atribuição dos prêmios vencedores da 3.ª edição do IN3+, da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, em Lisboa, que foi presidida pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
O Primeiro-Ministro referiu que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) investe na inovação como motor da recuperação econômica e social pós-pandemia. A inovação «irá ser financiada com mais de mil milhões de euros, entre o reforço dos projetos dos laboratórios colaborativos e as agendas mobilizadoras para a inovação».
E sublinhou que esta «é uma forma muito diferente da que temos usado até agora de usar os fundos», referindo que «os laboratórios colaborativos – felizmente ainda a semana passada foram criados mais 9  juntando-se aos 26 que já existiam – visam institucionalizar uma aliança» nas diversas áreas, entre «o saber dos centros de produção de conhecimento, com a capacidade de produção empresarial», criando um ecossistema de inovação.
Forma diferente de aplicar fundos comunitários
«Esta é uma forma diversa de procurar investir os fundos comunitários», diferente da existente até agora, em que os fundos para cada setor eram entregues aos projetos das instituições desse setor, defendeu.
«O que procuramos com estas alianças e agendas mobilizadoras é concentrar em quatro, cinco, seis projetos, os recursos financeiros necessários para que possam ser ‘game changers’ e que nestes seis anos do PRR possam contribuir para alterar o perfil econômico do nosso País», disse.
Afirmando que o acesso aos fundos «vai ser muito concorrencial porque acreditamos que é dessa forma aberta, transparente, concorrencial, que poderemos identificar os melhores projetos, que possam ter o melhor futuro».
O PRR também investe na inovação «formando recursos humanos qualificados, que são indispensáveis», disse, destacando «um programa muito específico, entre os Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que é o Impulso Jovem Steam, investimento na formação nas áreas das ciências, das tecnologias, das engenharias, das artes e das matemáticas».
«Juntamos os dois Ministérios, porque é um desfio que se começa a ganhar no pré-escolar», disse, acrescentando que o programa tem de resolver o problema nacional em matéria de literacia matemática, base para toda a formação tecnológica.
Futuro está na inovação
O Primeiro-Ministro deu o exemplo da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), «uma instituição com vários séculos, que viveu do monopólio da cunhagem da moeda, que viveu do monopólio da edição do Diário da República, e que se conseguiu libertar de todos esses vestígios que fazem hoje parte da arqueologia e transformar-se a partir da inovação».
«É hoje detentora de patentes, produz produtos inovadores, presta serviços inovadores, é uma empresa exportadora de produtos e de serviços, o que significa que é possível», disse.
«Quero felicitar a INCM porque sei quanto à difícil às entidades mais ancestrais enfrentarem sem medo, com coragem, esse desafio da inovação», dedeclarou o PM.
António Costa sublinhou que «esta é uma grande lição para todas as empresas e a sociedade em geral. Em regra, não subsistimos limitando-nos a conservar; subsistimos se apostarmos na inovação. E é por isso que, quando olhamos para a futuro, num momento tão difícil como este, não nos podemos limitar a conservar o que temos, mas, pelo contrário, temos de olhar para exemplos como o da INCM, que replica o que foi feito na indústria agroalimentar, no têxtil, no calçado, em tudo o que já foi tido por obsoleto e hoje está na primeira linha da inovação. E compreender que é mesmo na inovação que está o nosso futuro».
Prémio IN3+
Esta 3ª edição do Prêmio contou com 87 participações de mais de 30 entidades diferentes, entre universidades, centros de investigação, empresas e startups nacionais e, pela primeira vez, estrangeiras, tendo registrado um aumento de 163% de candidaturas face à edição anterior.
Esta edição despertou ainda o interesse de 27 entidades que se juntaram à Rede de Inovação INCM, que conta neste momento com 52 parceiros. Esta rede tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de projetos de I&D e de novas soluções em diversas áreas de atuação da INCM.
Os prêmios recebem 1.º lugar, até 600 000€; 2.º lugar, até 250 000€; e 3.º lugar, até 150 000€.
As categorias a que pode concorrer são: tecnologias de informação e comunicação, novos elementos ou tecnologias de segurança; novos modelos de negócio e comunicação digitais; novos produtos e serviços; e otimização e melhoria de processos produtivos.

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