E-commerce cresce 64% e fatura R$ 3,2 bilhões durante a Páscoa

Da Redação

Sem poder sair de casa, consumidores movimentaram o e-commerce no Brasil: de acordo com o Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado focada em e-commerce, o faturamento do varejo digital no período da Páscoa cresceu 64%, atingindo R$ 3,2 bilhões.

O aumento pode ser explicado pelo maior volume de pedidos feitos pela internet: ao todo, foram 8,8 milhões de compras, aumento de 89% em relação ao mesmo período do ano anterior. O levantamento compara os dias 1º a 12 de abril de 2020 ante 10 a 21 de abril de 2019.

Para ter uma ideia, a compra online de “última hora” (na mesma semana da Páscoa) de ovos de páscoa representou mais de 77% das vendas do período. O serviço de entrega rápida e retirada em lojas ofertado aos consumidores é visto como um dos fatores essenciais para atender à demanda na data. Diversos shoppings em SP ofereceram compras online e por aplicativos, com retirada direto nos estacionamentos, sem sair do carro.

“Isoladamente, os ovos de páscoa tiveram aumento de 501% no número de pedidos realizados, o que se traduziu num incremento de 685% no faturamento atingido pela categoria. Os brasileiros, inclusive, gastaram 31% a mais com cada compra feita dentro desse segmento este ano”, afirma André Dias, diretor executivo do Compre&Confie.

Voltando a olhar para o e-commerce em uma perspectiva geral, é possível perceber que a idade média dos compradores é de 37 anos, sendo os principais consumidores aqueles que têm entre 36 e 50 anos (responsáveis por 34,7% dos pedidos realizados). Em segundo lugar, estão os de 26 a 35 anos (32,2%), seguidos por aqueles de até 25 anos (18,5%). Por último, estão os que têm mais de 51 anos (14,7%).

Ao segmentar as compras por região, é possível perceber que o Sudeste mantém o protagonismo, com 67,3% dos pedidos realizados. Em segundo lugar, está o Sul (13,2%) e, em terceiro, o Nordeste (11,6%). Centro-Oeste (6%) e Norte (1,9%) ocupam as últimas posições, respectivamente.

“O brasileiro está cada vez mais acostumado com o e-commerce, um comportamento que tem sido reforçado durante todo esse período de pandemia. Se antes as pessoas procuravam mais por itens de maior tíquete médio, hoje procuram por produtos capazes de atender à sua rotina. Os resultados de Páscoa só reforçam essa tendência”, disse Dias.

Trimestre

A empresa também apresentou os resultados do varejo digital no Brasil durante o primeiro trimestre de 2020 na nova edição do relatório Neotrust. Considerado o ‘censo’ do varejo online brasileiro, mostrou que o e-commerce cresceu de forma significativa durante os primeiros três meses do ano.

O faturamento atingiu R$ 20,4 bilhões (alta de 26,7% em relação ao mesmo período do ano passado), um reflexo do aumento expressivo do volume de compras realizadas pela internet: 49,8 milhões, número 32,6% maior do que o do primeiro trimestre de 2019.

Apesar da alta significativa, consumidores estão gastando significativamente menos em suas compras on-line. De acordo com o estudo, o tíquete médio dos pedidos realizados no primeiro trimestre foi de R$ 409,50 – valor 4,5% menor do que o registrado em 2019 –, um fator já relacionado à chegada do coronavírus ao Brasil.

“A COVID-19 já provoca mudanças estruturais no hábito dos consumidores de varejo digital. Com as medidas de isolamento implantadas no fim do mês de março, cada vez mais pessoas optam por adquirir pela internet itens de necessidade básica, como produtos de supermercado ou de farmácia. Enquanto isso, itens de maior valor agregado, como eletrônicos, ficam em segundo plano. Essa conjuntura ajuda a explicar a queda do tíquete médio no período”, explica André Dias.

Além do aumento expressivo das vendas de produtos de higiene e saúde, especialmente no mês de março, outras categorias ligadas ao momento de quarentena de grande parte da população brasileira no primeiro trimestre do ano também apresentaram crescimento nas vendas como: Artigos para Casa, Eletrodomésticos/Ventilação, Suplementos/Esporte e Lazer, Móveis/Construção e Decoração.

Outro fator que destoa das tendências observadas anteriormente é a redução do valor do frete, mesmo em meio ao aumento significativo do número de compras. O preço médio do serviço teve redução de aproximadamente 6% em relação ao mesmo período de 2019, totalizando R$ 21,06.

“Esse é um comportamento atípico, que pode ser explicado pelo sucesso das promoções realizadas no primeiro trimestre. ‘Saldões’ e a Semana do Consumidor, que, por vezes, usam do frete grátis como estratégia de venda, tiveram resultados significativos no início do ano”, completa Dias.

Cross Border

Fora das fronteiras nacionais, o e-commerce também tem boas perspectivas, se depender do consumo dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Compre&Confie com 2.397 consumidores, no último ano, sites estrangeiros faturaram R$ 6,1 bilhões. O resultado reflete as 59,5 milhões de compras realizadas durante todo o ano e o tíquete médio registrado, de R$ 102,00.

No último ano, 14,1 milhões de consumidores fizeram pelo menos uma compra online em sites estrangeiros. A média é de quatro compras por consumidor nessas plataformas durante todo o ano. Entre as categorias mais compradas, estão: Eletrônicos (destacada por metade dos compradores), seguida por Telefonia (28,7%) e por Moda e Acessórios (21,4%).

Ainda segundo dados da pesquisa, a principal motivação de compra em plataformas fora do país está em preços menores (apontada por 82,7% dos entrevistados). Em seguida, está a busca por produtos não encontrados no Brasil (36,4%) e por maior variedade de produtos (29,9%).

Apesar do volume significativo de compras, a principal preocupação dos consumidores na hora de visitar sites internacionais é o tempo de entrega (apontado por 67,5% deles).

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