Dívida portuguesa sobe e governo garante redução da dívida pública para 125% do PIB

Mundo Lusíada
Com agencias

PrimeiroMinistro_PassosCoelhoPortugal manteve no final do primeiro trimestre do ano a terceira dívida pública mais elevada da União Europeia, em percentagem do PIB (129,6%), apesar de um ligeiro recuo face ao último trimestre de 2014, segundo o Eurostat.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, declarou que a meta de redução da dívida pública para 125% do Produto Interno Bruto (PIB) traçada para este ano vai ser cumprida. “Nós cumpriremos até ao final deste ano a meta de 125% que nos propusemos”, afirmou o chefe do executivo PSD/CDS-PP, numa conferência sobre política fiscal promovida pela TSF e pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, em Lisboa.

“Nós temos tido a possibilidade, durante este meio ano, este primeiro semestre, de ter uma política prudente, de captar, em boas condições de mercado, o financiamento de que precisávamos para o ano todo. E teremos na segunda metade de ano a possibilidade de vir a amortizar dívida pública sem qualquer stresse financeiro e, portanto, em melhores condições. Acabaremos o nosso ano dentro daquilo que é a meta que estipulámos”, reforçou.

Segundo ele, no anterior período de governação do PS, “de 2005 a 2011”, o rácio da dívida pública “cresceu quase 40 pontos percentuais, passando de 60 e muitos por cento do PIB para, à data do segundo trimestre de 2011, valores de cerca de 109% do PIB”.

Quanto à evolução da dívida pública na atual legislatura, disse: “A despesa, apesar de estar controlada e até a ser reduzida em termos estruturais, não impediu, por grande efeito da recessão e do alargamento do perímetro, que o nosso rácio de dívida pública tivesse aumentado para quase 130%”.

Depois, referindo-se ao fato do BdP ter revelado que entre abril e maio a dívida pública aumentou, Passos Coelho acrescentou: “É importante esclarecer todas as pessoas que isso não é um resultado anual”.

“Isso deve-se ao facto de nós termos tido uma política prudente, conduzida pelo IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública) e pelo Tesouro, que permitiu que nós conseguimos ir a mercado só em maio emitir cerca de 4 bilhões de euros em obrigações, sem ter procedido a qualquer amortização – porque este ano a amortização mais importante de dívida pública ocorrerá em outubro, e são cerca de 5,4 bilhões de euros”, acrescentou.

O chefe do executivo PSD/CDS-PP concluiu que “a meta de 125%” traçada para este ano será cumprida. “Trazê-la para baixo de 100% do PIB é aquilo que nós temos de fazer nos próximos anos. Nós temos já hoje um resultado que eu julgo que é importante”, considerou.

Dívida portuguesa sobe
Os juros da dívida de Portugal estavam nesta quarta-feira a subir a dois, cinco e dez anos em relação a terça-feira, alinhados com os da Irlanda, Itália e Espanha, bem como os da Grécia. O atual mínimo de sempre é de 1,560% e foi registrado em 13 de março passado.

Os juros a cinco anos também estavam a subir, para 1,435%, contra 1,406% na terça-feira, depois de terem subido a 16 de junho até aos 1,927%, um máximo desde meados de outubro de 2014, e descido para o mínimo de sempre, de 0,749%, a 10 de abril.

No mesmo sentido, os juros a dois anos estavam a avançar para 0,441%, contra 0,432% na terça-feira e depois de terem subido até ao máximo desde meados de outubro, de 0,807%, a 08 de julho. O atual mínimo de sempre dos juros a dois anos, de 0,013%, foi atingido em 13 de abril passado.

Entretanto, Portugal regressa hoje ao mercado para colocar entre 1.000 e 1.250 milhões de euros em leilões de Obrigações do Tesouro (OT) com maturidades de seis e de 22 anos.

Depois de ter iniciado a 09 de março deste ano um programa inédito de compra de dívidas soberanas e privadas, que vai permitir a injeção de 60 mil milhões de euros por mês, até, pelo menos, setembro de 2016, na economia da zona euro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro inalteradas em mínimos na última reunião de política monetária de 16 de julho.

Portugal abandonou oficialmente a 17 de maio de 2014 o resgate sem qualquer programa cautelar. O programa de ajustamento pedido por Portugal à ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), no valor de 78 mil milhões de euros, esteve em vigor durante cerca de três anos.

BdP: Contas externas pioram
As contas externas de Portugal registraram um déficit de 104,3 milhões de euros até maio, uma degradação de 471,6 milhões de euros face ao mesmo período de 2014, segundo o Banco de Portugal (BdP).

Segundo o Boletim Estatístico de 21 de julho publicado pelo BdP, as contas externas portuguesas registraram um saldo negativo de 104,3 milhões de euros até maio, quando no mesmo período do ano passado apresentaram um excedente de 367,3 milhões.

Até maio deste ano, a balança corrente registrou um déficit de 911,1 milhões de euros, pior do que o saldo negativo de 776,1 milhões de euros verificado nos primeiros cinco meses de 2014. Já a balança de capital obteve um saldo positivo de 806,9 milhões de euros até maio, abaixo do excedente de 1.143,4 milhões registado no mesmo período do ano passado.

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