Crise: Portugal sai da recessão técnica

Contrariando a previsão de analistas, economia lusa registrou crescimento de 0,3% no segundo trimestre do ano, tirando o país da recessão em que estava mergulhado há longos meses.

Mundo LusíadaCom Portugal Digital

 

Miguel A.Lopes/Lusa Portugal

>> O Primeiro Ministro, José Socrates, fala na sessão de encerramento da conferência parlamentar – Novo Código do Trabalho, promovida pelo grupo parlamentar do PS na Assembleia da República. Lisboa, 23 de Julho de 2008.

O Produto Interno Bruto português, soma de todas as riquezas criadas no país, registrou crescimento de 0,3% no segundo trimestre deste ano, face ao primeiro trimestre, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O crescimento, contrariando a previsão de contração de 0,6% apontada pela maioria dos analistas, tira Portugal da recessão em que estava mergulhado há longos meses.Para o primeiro-ministro, José Sócrates, os dados representam uma "viragem da economia portuguesa", apesar do país ainda ter de fazer face à crise durante algum tempo. "Não é o fim da crise, mas sim o princípio do fim da crise", afirmou o primeiro-ministro sobre os dados da evolução da economia.

"Com este resultado, Portugal sai tecnicamente da recessão econômica em que se encontrava. Portugal é aliás um dos poucos países europeus que sai da recessão técnica enquanto o conjunto dos países europeus continua em recessão", comemorou.

Para Sócrates, os dados divulgados pelo INE "confirmam o acerto da política que temos seguido no que diz respeito às famílias, ao apoio às empresas e à promoção de investimento público, condição essencial para melhorar as condições da nossa economia e dar mais oportunidades de emprego". Segundo ele, estes resultados "mostram que estamos no caminho seguro para uma recuperação econômica que assinalará o fim de uma das mais graves crises que Portugal e a Europa tiveram de enfrentar", enfatizou.

Os números divulgados em 13 de agosto, a um mês das eleições legislativas de 27 de setembro, poderão repercutir no ambiente eleitoral. Apesar da recuperação verificada entre abril e junho, face ao trimestre anterior, a economia nacional continua em queda quando os resultados são comparados com o período homólogo de 2008, verificando-se uma queda de 3,7%.

Segundo o INE, houve "redução acentuada das Exportações de Bens e Serviços, do Investimento e, em menor grau, das Despesas de Consumo Final das Famílias".Assim, a economia portuguesa apresentou comportamento similar aos resultados divulgados também pela Alemanha e França que apresentaram, igualmente, crescimento de 0,3% no segundo trimestre, embora o PIB da Zona Euro continue no vermelho.

Sócrates destacou que Portugal é um dos primeiros países a sair da situação de recessão técnica, junto com Alemanha, França, Grécia e Eslováquia – ao contrário da média da UE, que permanece negativa – surpreendendo os analistas que apostavam em nova retração da atividade econômica. Embora muitos economistas comecem a avaliar que "o pior da crise econômica já passou", alertam que Portugal não tem a mesma dinâmica de crescimento de países como a Alemanha ou a França.

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